Máfia do cabo HDMI falso gera apreensão milionária

Lojas taiwanesas vendiam cabos “falsos” através de e-commerces populares, como a Shopee; valor da apreensão foi de US$ 2,6 milhões

Felipe Freitas
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Cabo e adaptador mini-HDMI (imagem: Everton Favretto/Tecnoblog)
Cabos apreendidos em Taiwan eram vendidos em e-commerces internacionais (imagem: Everton Favretto/Tecnoblog)

A polícia de Taiwan realizou uma operação para apreender milhares de cabos HDMI não-licenciados e com selos falsos. De acordo com a polícia, foram 3.037 cabos apreendidos em diversas cidades da ilha. O valor total dos produtos apreendidos foi de US$ 2,6 milhões de dólares (R$ 12.797.720) — calma que já vamos explicar essa soma.

Nas notícias divulgadas em Taiwan, é usado o termo “valor de mercado da infração” (tradução direta de “infringement market value”). Fazendo a conta, cada cabo custaria US$ 850 dólares (R$ 4.138,87). Existem algumas possibilidades para essa soma absurda:

  • Os jornais taiwaneses não citaram possíveis apreensões de outros produtos falsos durante a operação, o que pode incluir equipamentos para fabricação de cabos.
  • O valor leva em conta as multas por não pagar pela fabricação de um produto licenciado.

Cabos HDMI eram vendidos em e-commerces

Cabos HDMI falsos eram vendidos na Shopee (Imagem: Reprodução/Future)
Cabos HDMI falsos eram vendidos na Shopee (Imagem: Reprodução/Future)

Além de serem vendidos em Taiwan, que estima uma movimentação de US$ 128 milhões em cabos HDMI falsos no último ano, os lojistas anunciavam os produtos em e-commerces — incluindo a Shopee. Pesquisando por aqui, não parece que a empresa permite a venda de cabos HDMI de lojas taiwanesas para o Brasil. No entanto, o caso serve para abrir os nossos olhos.

Nessa rápida pesquisa, achei alguns cabos vendidos por menos de R$ 10 em lojas brasileiras. Pesquisando em outros sites e até na Shopee, a maioria dos cabos não fica abaixo de R$ 12 (com desconto). Por valores tão baixos, existe a possibilidade de serem produtos não-licenciados — e o que isso quer dizer na prática?

Para utilizar a marca HDMI, além de pagar a licença, as empresas precisam também seguir os padrões de fabricações definidos pela associação (como é o caso dos cafés certificados pela ABIC). Logo, um produto pirateado pode não ter a mesma qualidade dos cabos licenciados.

Selos falsos eram aplicados nas embalagens dos produtos (Imagem: Reprodução/Liberty Times)
Selos falsos eram aplicados nas embalagens dos produtos (Imagem: Reprodução/Liberty Times)

Na Computex 2023, a associação responsável pela licença HDMI, que reúne mais de 1.500 empresas, divulgou uma nova versão do selo antipirataria. O novo selo possui elementos holográficos e QR code. E como o rato está sempre na frente do gato, os produtos apreendidos em Taiwan tinham selos de certificação falsos.

Com informações: Tom’s Hardware, PTS e Liberty Times

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Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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