Antena da internet Starlink para veículos vai aguentar calor e frio extremos

Antena da Starlink para veículos, como caminhões e aeronaves, vai aguentar temperaturas extremas; empresa homologou novo aparelho de recepção na FCC

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Alguém colocou uma antena da Starlink no carro (Imagem: CHP - Antelope Valley / Facebook)

Mesmo antes da aprovação de antenas para veículos, clientes da Starlink já colocavam antenas nos carros  (Imagem: CHP - Antelope Valley / Facebook)

As antenas de transmissão da Starlink vem reagindo de forma imprevisível em relação ao clima de verão dos EUA — chegam a competir com as frases inusitadas de seu dono, o bilionário Elon Musk. Mas a Starlink, braço de internet via satélite, diz que, pelo menos, suas antenas móveis feitas para veículos vão aguentar temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas.

Novas antenas ESIM terão capacidade para derreter neve

Atualmente, as antenas móveis da Starlink para veículos não estão disponíveis no mercado. Mas a empresa protocolou uma ficha técnica na FCC (Federal Communications Comission) — órgão dos EUA equivalente à Anatel — na terça-feira (3) para pedir a aprovação do aparelho.

O documento revela que a FCC autorizou que a Starlink instalasse até 1 milhão de antenas terrestres, que devem se conectar com uma constelação de 4,4 mil satélites — com lançamento já autorizado. Elon Musk já havia dito que gostaria de tornar móvel a internet via satélite da empresa, e esse parece ser o primeiro passo da operação.

Em comparação com as antenas normais da Starlink, os novos modelos ESIM (Earth Station in Motion) são protegidos contra frios e calores extremos, além de terem capacidade de derreter neve e gelo. Diante de tudo isso, o equipamento vai continuar funcionando, diz a SpaceX.

Antena móvel da Starlink foi feita para grandes veículos

As novas antenas ESIM terão maior poder de recepção e menos potência de transmissão. O pedido feito pela SpaceX também afirma que os receptores vão dialogar com outros aparelhos “visíveis no horizonte e com uma elevação em ângulo de 25 graus”.

Mas quem tem carros, inclusive Teslas, não vai poder carregar o equipamento: o design foi feito para aeronaves, caminhões, trailers, e barcos. Quem disse isso foi o próprio Musk.

As antenas da Starlink costumam entrar em pane diante de temperaturas acima de 50ºC. Um dos clientes, que está inscrito na fase de beta do programa da Starlink e recebeu o equipamento, teve de regar a própria antena para resfriá-la. Ela voltou a funcionar logo depois.

Para colocar as ESIM no mercado, a FCC precisa aprovar a conexão de banda larga de 12 GHz. A SpaceX reconhece que as antenas móveis, por usarem essa frequência, podem sofrer interferências de satélites de TV e MVDDS (Multichannel Video and Data Distribution Service) — tecnologia de distribuição de sinal disponível nos EUA.

Em favor da liberação pela FCC, a SpaceX argumenta que a instalação dos ESIM é de interesse público e aumenta a cobertura de banda larga de veículos não apenas nos EUA, mas também no mundo. Obviamente a empresa pensa em aeronaves: muitas empresas aéreas ainda carecem de um Wi-Fi totalmente gratuito durante viagens.

Beta da Starlink tem 90 mil participantes de 12 países

Em perspectiva, o programa de testes da Starlink tem 90 mil inscritos, participando de 12 países. Um relatório da Ookla afirmou que “devido à orbitação mais próxima à superfície terrestre, a internet da Starlink foi a única que manteve latência média próxima à internet de fibra no 2º trimestre de 2021”.

A Starlink se propõe a entregar sinal em áreas remotas; seu fundador, Elon Musk, diz que até agosto, a empresa deve fornecer uma cobertura capaz de cobrir todos os cantos do globo. Isso, logicamente, atraiu a atenção de outras operadoras de rede nos EUA, que decidiram lutar na FCC para vetar o financiamento à subsidiária da SpaceX. Em maio, a Anatel liberou duas antenas de satélite que ficaram instaladas nas estações terrestres da companhia no Brasil.

Com informações: ArsTechnica

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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