Menos uma operadora: Fly Link desiste de 5G após arrematar lote em leilão

Operadora tinha arrematado licença de 26 GHz para levar 5G nas áreas de atuação da Algar; Fly Link terá que pagar multa pela desistência do leilão

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
5G (Imagem: Reprodução/Google)
Fly Link desiste de atuar com 5G (Imagem: Reprodução / Google)

O leilão do 5G mal aconteceu e já temos um revés: a operadora Fly Link apresentou para a Anatel um pedido de desistência e não vai lançar seus serviços com a quinta geração. A empresa havia arrematado a frequência de 26 GHz com licença para operação em localidades de MG, SP, GO e MS.

De acordo com o Valor, a Fly Link alegou que um investidor externo desistiu do negócio porque a operadora não conseguiu arrematar os lotes C08 (80 MHz de capacidade na frequência de 3,5 GHz) e F08 (40 MHz de capacidade na frequência de 2,3 GHz). Esses blocos foram comprados pela Algar Telecom, e compreendem a área de atuação da tele regional.

Originalmente, a Fly Link deu lance de R$ 900 mil, com ágio de 10%. De acordo com as normas do edital, em caso de desistência o lote iria para o próximo proponente. Não houveram mais proponentes aptos para arrematar o espectro; sendo assim, a Anatel classificou o bloco como deserto.

Por ter desistido do lance, a Fly Link deverá pagar uma multa equivalente a 10% do preço ofertado no leilão. Nessa região, a Algar arrematou cinco blocos na mesma frequência para atuação com 5G e atingiu o limite de espectro máximo determinado pela Anatel.

Sem o 5G, a Fly Link continua com a oferta do seu serviço de banda larga fixa nos municípios de Araguari, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Uberaba e Uberlândia, todos na região do Triângulo Mineiro em Minas Gerais.

Brasil ainda terá novas operadoras regionais

Apesar da desistência da Fly Link, o Brasil ganhou cinco novas operadoras. São elas:

  1. Winity II: atuação nacional com 700 MHz, exceto na região da Algar;
  2. Brisanet: atuação no Nordeste (com 2,3 GHz e 3,5 GHz) e Centro-Oeste (apenas 3,5 GHz);
  3. Cloud2U: atuação nos estados do RJ, ES e MG, exceto na região da Algar;
  4. Unifique + Copel Telecom (Consórcio 5G Sul): atuação na região Sul com 3,5 GHz;
  5. Neko: atuação no estado de SP (exceto na região da Algar) com 26 GHz.

Há ainda outra operadora mais ou menos estreante: a Sercomtel, originalmente de Londrina (PR), arrematou um bloco de 3,5 GHz para atuação na região Norte e SP (exceto na região da Algar). Por trás desse está o fundo Bordeaux, do empresário Nelson Tanure, que também é dono da Copel Telecom.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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