Bitcoin supera repressão chinesa e taxa de hash atinge máxima histórica

Poder de processamento de mineração de bitcoin chegou a 203,5 exahashes por segundo, superando patamar anterior a medidas da China contra criptomoedas

Giovanni Santa Rosa
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Mineração de bitcoin (Marco Verch/Flickr)

Nós estamos acostumados a ver grandes altas nos valores do bitcoin (BTC), mas outra métrica sobre a criptomoeda bateu um recorde neste domingo (2). A taxa de hash da rede de mineração atingiu sua máxima história, com 203,5 exahashes por segundo.

A hashrate ou taxa de hash é o poder computacional das máquinas dedicadas a minerar bitcoin e verificar transações na rede. Quanto maior ela é, mais segura e forte é a rede da moeda digital.

A taxa de hash do bitcoin chegou a 203,5 exahashes por segundo no domingo, caindo para 189 na manhã de segunda (3). O recorde anterior era de abril de 2021, com mais de 190 exahashes por segundo.

Um hash é um cálculo criptográfico; o número de 203,5 exahashes por segundo, portanto, quer dizer que a rede pode processar 203,5 quintilhões (!) de cálculos por segundo. Um quintilhão tem 18 zeros.

O marco veio um dia antes de o bitcoin completar 13 anos — o código aberto que serviu de base para a moeda digital foi publicado em 3 de janeiro de 2009.

Medidas da China derrubaram taxa de hash

O que aconteceu entre o recorde de abril de 2021 e o de janeiro de 2022? A China iniciou uma ofensiva contra as mineradoras de criptomoeda.

Até então, o país concentrava cerca de 46% da capacidade de computação necessária para o bitcoin. Uma grande fatia, mas menor do que os 75% de 2019.

Entre os motivos pelos quais mineradores procuravam a China estão a energia e o hardware mais baratos. Só que o governo se deu conta de que o dinheiro ganho com a atividade não ficava por lá. Além disso, o consumo prejudicava as metas climáticas.

China vem tomando medidas contra bitcoin e outras criptomoedas (Imagem: RABAUZ/Pixabay)
China vem tomando medidas contra bitcoin e outras criptomoedas (Imagem: RABAUZ/Pixabay)

Várias atitudes foram tomadas para coibir a atividade, como o corte no fornecimento de eletricidade para esta finalidade e a proibição de venda de computadores de alta performance para mineração. Em uma das medidas mais recentes, o banco central da China decretou que toda transação envolvendo criptomoedas é legal.

Vale lembrar que o país tem o yuan digital, que é uma central bank digital currency (CBDC), nome dado às criptomoedas estatais para pagamentos.

Com isso, muitos mineradores procuraram outros lugares no mundo para suas atividades, como o Irã, o Cazaquistão e o estado americano do Texas, que oferece energia baratas e incentivos para a atividade. A nova máxima na taxa de hash mostra que a crise parece ter ficado para trás.

Com informações: Valor, CoinDesk

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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