6,5 bilhões de GB de memória flash estragam e SSDs podem ficar mais caros

Contaminação em fábricas fez Western Digital perder 6,5 bilhões de gigabytes de memória flash; preços de SSDs podem aumentar

Emerson Alecrim
Por
SSD WD_Black (imagem: Facebook/Western Digital)

Se você pesquisou por SSDs recentemente, talvez tenha se assustado com os preços. Infelizmente, a situação pode piorar nos próximos meses. Isso porque um problema em duas linhas de produção da Western Digital causou a perda de 6,5 bilhões de gigabytes de memória flash (o principal componente dos SSDs).

Um levantamento da TrendForce aponta que a Western Digital detém cerca de 30% do mercado de memórias flash. Como a companhia é uma das maiores fabricantes do setor, um problema com essa magnitude pode significar que, durante algum tempo, a disponibilidade de SSDs nas prateleiras tende a diminuir.

Preços podem aumentar em 10%

Você sabe o que pode acontecer se a oferta de um produto diminui, mas a demanda continua a mesma: aumento de preços. Nos cálculos da TrendForce, o incidente reportado pela Western Digital pode fazer o segmento de SSDs ficar entre 5% e 10% mais caro no segundo trimestre.

“Os preços das memórias flash certamente irão subir, reforçando ainda mais a recente tendência de escalada de preços oriunda da escassez de oferta”, explica Hideki Yasuda, analista da Ace Research Institute, à Bloomberg.

O momento não poderia ser pior. O problema se soma a fatores que já vinham fazendo os preços de componentes para PCs ficarem acima do esperado, com destaque para a procura por SSDs para equipamentos de mineração de criptomoedas e a persistente escassez global de chips.

O que aconteceu com a produção da Western Digital?

A causa do problema não foi revelada em detalhes. A Western Digital informou apenas que uma contaminação de materiais usados na produção de memórias flash foi detectada em duas fábricas no Japão que são mantidas por meio de uma joint venture com a Kioxia (outrora, Toshiba).

De acordo com a companhia, pelo menos 6,5 exabytes de memória flash foram afetados, número que equivale a 6,5 milhões de terabytes ou a 6,5 bilhões de gigabytes.

Já a Kioxia informou à Bloomberg que parte da produção de memória 3D (um tipo de memória flash em que as camadas de células de armazenamento são “empilhadas”) foi prejudicada, mas que não prevê impacto sobre a produção de chips flash 2D (convencionais).

Em nota, a Western Digital informou que está trabalhando em conjunto com a Kioxia para “implementar as medidas necessárias para fazer as instalações voltarem ao estado operacional normal o quanto antes”. Não há previsão de quando isso acontecerá, porém.

A empresa também não informou se a contaminação afetou SSDs que já foram enviadas ao mercado, situação que, provavelmente, exigiria um recall.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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