Pix cai nas graças dos vendedores ambulantes, mas é preciso ter cuidado
Ao Tecnoblog, ambulantes contam suas experiência ao utilizar o Pix como meio de pagamento; ferramenta ajudou a alavancar as vendas
Sucesso entre os brasileiros, o Pix se tornou uma das principais ferramentas para transações financeiras. Mas não são apenas os consumidores que estão aproveitando o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC): os vendedores ambulantes também aderiram à plataforma em seus negócios.

É o caso de Joselita da Surreição, que comercializa doces, salgados e condimentos no Rio de Janeiro (RJ).
Ao Tecnoblog, ela explicou que o Pix deu um auxílio ao aumentar a quantidade de vendas. Afinal, você só precisa ter o celular em mãos para fazer a transferência, sem depender somente de um cartão ou dinheiro em espécie.
Mas este não é o único vendedor que aproveita a novidade.
Josinaldo da Silva, mais conhecido como Jorge, está no ofício há bastante tempo: mais de 40 anos. O vendedor de discos de vinil também começou a aceitar Pix para pagamentos por meio de um QR Code impresso em um cartaz.
O ambulante ressaltou a agilidade e praticidade da ferramenta. “É uma coisa rapidinha, né? O pessoal chega, compra, paga no Pix e a gente verifica aqui para ver se está correto”, disse.
A plataforma foi adotada por Jorge há pouco mais de um ano. Quando questionado sobre o motivo da implementação do meio de pagamento, ele ressaltou a mudança de comportamento do brasileiro.
“O pessoal anda sem dinheiro”, afirmou. “Anda só com Pix ou cartão.”

Pix é mais utilizado por jovens, aponta ambulante
Davi Vasconcelos, que trabalha como ambulante há mais de 25 anos, dá sequência ao Jorge. Para ele, o Pix é um recurso obrigatório para o seu negócio.
“Não tem como vender se não tivesse o Pix”, disse o feirante. “Quantos clientes no dia de hoje não levam dinheiro? Agora é tudo Pix!”
Davi também explica que o meio de pagamento é mais utilizado por pessoas mais jovens. E esta percepção é observada pelo próprio Banco Central.
De acordo com dados da entidade para dezembro de 2022, seis em cada dez transações foram realizadas por pessoas abaixo de 40 anos. A escala de uso vai reduzindo a quantidade de usuários conforme a idade aumenta.
Não à toa, em todo o Brasil, menos de 5% das transações foram feitas por pessoas com mais de 60 anos.
Mas este fator não impede o uso de meios de pagamentos digitais. Davi afirmou que os clientes mais velhos também utilizam cartões de débito ou crédito para fazer as transações.

Nem tudo é perfeito
O Pix se tornou tão cobiçado que conseguiu movimentar R$ 60,3 bilhões em um único dia. Essa popularidade, no entanto, também é explorada por golpistas, que se aproveitam de brechas comportamentais para tirar alguma vantagem.
Celiana Santos, que possui uma carrocinha de pipoca na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), passou a utilizar o Pix pela praticidade. Todavia, a vendedora chamou a atenção para os usos mal-intencionados da plataforma.
Em conversa com o Tecnoblog, a ambulante afirmou que foi vítima do “golpe do Pix agendado”. Caso não esteja a par, trata-se de um uso indevido da ferramenta de agendamento para fingir que uma transação foi realizada.
Algumas pessoas também utilizam comprovantes de pagamento falsos para dizer que a transferência foi feita. Mas, na verdade, nenhum centavo foi repassado à conta do vendedor.
Mesmo assim, estes usos indevidos não mancham o nome da plataforma. Em setembro, o especialista em segurança da informação da ESET, Daniel Barbosa, me explicou que o Pix é um sistema “extremamente seguro”.
“O Banco Central adota diversas medidas de segurança para torná-lo robusto e não temos informações de golpes que envolvam o sistema do Pix em si”, disse.
Portanto, a dica vale para consumidores e vendedores: nunca deixe de conferir o extrato para confirmar se a transação foi feita ou não.