Comitê de Supervisão da Meta vai analisar caso de vídeo que convidou pessoas a sitiar Congresso

Companhia americana quer rever suas decisões sobre um vídeo divulgado antes da invasão ao Congresso Nacional de 8 de janeiro; comitê admitiu erro

Ricardo Syozi
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• Atualizado há 4 meses
invasão Brasilia 2023
Invasão ao Congresso Nacional do dia 8 de janeiro de 2023 (Imagem: Divulgação / Agência Brasil)

A Meta anunciou na quinta-feira (9) que o “Oversight Board”, seu comitê próprio de supervisão, irá averiguar a maneira que a empresa lidou com um caso relacionado às eleições brasileiras de 2022. Segundo o comunicado, a situação envolve um vídeo postado no Facebook, no qual um usuário pediu para o povo “sitiar o Congresso Nacional como última alternativa”. Mesmo reportado 7 vezes e revisado pelos moderadores, o conteúdo foi mantido na rede social.

O vídeo em questão surgiu no Facebook dois depois que Luís Inácio Lula da Silva assumiu a presidência do Brasil. Ele mostrava um discurso de um General apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, no qual pedia para o povo “ir às ruas” e seguir para o “Congresso Nacional e à Suprema Corte”.

Durante as falas, uma sequência de imagens surge, incluindo cenas com fogo na praça dos Três Poderes em Brasília. Textos também aparecem, dizendo coisas como “Venha para Brasília! Vamos invadir! Vamos sitiar os Três Poderes”.

Como resultado, o vídeo foi assistido mais de 18 mil vezes, não foi compartilhado e foi reportado 7 vezes por quatro usuários diferentes. Curiosamente, 5 moderadores distintos da Meta revisaram o conteúdo, mas não consideraram que ele “violava as políticas da empresa”.

Ele só saiu do ar quase 20 dias depois, devido a uma apelação feita por um dos indivíduos que o havia reportado. Isso também resultou em um “strike” à pessoa que fez a postagem.

oversight board da meta
Oversight Board (Imagem: Reprodução / YouTube)

Caso chamou a atenção do comitê de supervisão

A situação do vídeo e, consequentemente, da invasão ao Congresso Nacional do dia 8 de janeiro, chamaram a atenção do Oversight Board da Meta:

O Comitê selecionou este caso para examinar como a Meta modera o conteúdo relacionado à eleição e como está aplicando seu Protocolo de Política de Crise em um ‘local temporário de alto risco’ designado.

Vale destacar que a companhia de Mark Zuckerberg criou esse protocolo em resposta a uma recomendação do Conselho no caso da suspensão do ex-presidente americano Donald Trump, que ocorreu em 2021.

Ademais, a plataforma admitiu o erro de ter deixado o vídeo brasileiro no Facebook. Contudo, ela não tem informações sobre os motivos de ter mantido o conteúdo na rede social, já que “os revisores escalados na época não registram suas razões para tomar essas decisões”.

Por fim, o Oversight Board foi ao Twitter pedir por comentários de pessoas e organizações sobre o acontecimento. Isso inclui a situação política no Brasil e suas mudanças entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, a relação entre violência política e negação das eleições, como a Meta deve distinguir entre a organização política legítima e a ação coordenada prejudicial, etc.

Os usuários têm até o dia 23 de março para submeterem seus comentários e visões.

Invasão ao Congresso Nacional completou dois meses

No dia 8 de janeiro de 2023, um enorme grupo de pessoas invadiu a praça dos Três Poderes e, consequentemente, o prédio do Congresso Nacional em Brasília.

Assim, uma onda de destruição ocorreu em áreas internas e externas de locais como o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Houve pichação de fachadas, obras de arte vandalizadas, móveis quebrados e, até mesmo, diversos objetos queimados.

Horas depois, o presidente Lula decretou intervenção federal no DF, enquanto o ministro Alexandre de Moraes do STF, afastou por 90 dias o governador Ibaneis Rocha.

Mais de 1.500 pessoas foram presas por crimes diversos, desde dano ao patrimônio público da União a Golpe de Estado.

Com informações: Engadget.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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