29% das escolas do Brasil não têm acesso à internet, segundo Datafolha
A pesquisa também apontou que 55% das escolas públicas contam com internet, mas não tem uma conexão adequada
A pesquisa também apontou que 55% das escolas públicas contam com internet, mas não tem uma conexão adequada
A pandemia do novo coronavírus fez as aulas migrarem para o modelo remoto, com muitas delas podendo ser realizadas por computador ou celular. O acesso à internet, porém, não é realidade para muitos alunos e nem mesmo as escolas garantem o serviço. Hoje, 29% das unidades da rede pública não têm internet e 55% não têm conexão adequada.
Os dados aparecem na pesquisa realizada pelo Datafolha e encomendada pela Fundação Lemann. O levantamento entrevistou, por telefone, 1.005 professores de escolas públicas de todas as regiões do país entre 22 de setembro e 10 de outubro, e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A região Nordeste é a que registrou o maior índice de escolas sem acesso à internet. Por lá, 35% das unidades da rede pública não têm conexão. Ela é seguida pelas regiões Sudeste (32%), Centro-Oeste (24%), Norte (23%) e Sul (14%).
E, mesmo no Sul, que tem a maior taxa de acesso à internet nas escolas, são comuns os relatos de que a conexão não é adequada. Segundo o levantamento, 67% das escolas da região não têm internet com o alcance ideal. Em seguida, estão as regiões Norte (65%), Centro-Oeste (59%), Nordeste (53%) e Sudeste (48%).
A pesquisa indicou ainda que 99% dos professores do país consideram imprescindível ou importante que o acesso à internet em escolas públicas melhore em 2021. Isso porque a expectativa é de que, devido à pandemia, o modelo de ensino à distância continue sendo utilizado no próximo ano.
Com a pandemia, alguns projetos que tratam do acesso à internet por alunos e professores da rede pública foram apresentados no Congresso. Um deles é o PL 3477/2020, que prevê o acesso grátis, isto é, sem consumo na franquia de dados, em sites usados pelos alunos para realização de atividades remotas.
No Senado, há outra proposta semelhante. O PL 2.775/2020 prevê que, até um ano após o fim da pandemia, as operadoras não poderão considerar serviços de ensino à distância na franquia de dados. O projeto estabelece que as empresas poderiam compensar o custo da operação com um desconto em suas contribuições anuais ao Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
Com informações: Folha de S.Paulo.