A16 Bionic não melhora em benchmark de CPU (por isso o evento foi daquele jeito)

Novo Apple Silicon só está no iPhone 14 Pro e 14 Pro Max; empresa já tem o SoC mais rápido de um smartphone, por isso foca em outros avanços

Lucas Lima
Por
Apresentação do A16 Bionic

Em todo lançamento de iPhone esperamos o mesmo papo de processador mais rápido e poderoso. Com o novo A16 Bionic, presente só nos modelos iPhone 14 Pro e 14 Pro Max, a história foi um pouco diferente: a Apple preferiu focar em eficiência, GPU e processamento de imagem. Agora entendemos melhor o motivo: um teste de Geekbench mostrou que o desempenho de CPU do novo chip quase não traz avanços em relação ao A15 Bionic.

O teste foi postado por Ice Universe no Twitter e republicado pelo Gizmochina nesta sexta-feira (9). Não se sabe como o usuário conseguiu rodar a avaliação, considerando que os smartphones começam a ser enviados no dia 16. Mas se os números se tratarem mesmo de um iPhone 14 Pro (ou 14 Pro Max com o A16 Bionic), são bem próximos da geração passada.

A16 BionicA15 Bionic (iPhone 13 Pro)
Single-core 1.879 pontos1.730 pontos
Multi-core4.664 pontos4.700 pontos

O mesmo A15 Bionic que equipava os modelos Pro do iPhone 13 agora está nos modelos tradicionais do iPhone 14. Isso já é um sinal de que a Apple ainda acredita que são bons chips. Contudo, a própria apresentação parece ter seguido por outro caminho, em vez bater na mesma tecla de desempenho.

Segundo a Apple, o A16 Bionic:

  1. Foca em três áreas: eficiência energética, display e câmeras;
  2. Consome 20% menos energia que o antecessor;
  3. É 40% mais rápido que o melhor processador da concorrência (que está no páreo do A13 Bionic);
  4. O Neural Engine consegue realizar 17 trilhões de operações por segundo;
  5. A GPU tem 50% mais largura de banda (não ficou claro, mas talvez seja comparado ao A15 Bionic); 

Note que a Apple usou o A13 Bionic, de 2019, para comparar o desempenho de CPU em relação ao novo Apple Silicon. Como citei no primeiro ponto, o foco foi outro.

gráfico de comparação de performance do A16 bionic
Comparação de CPU do A16 Bionic com o A13 Bionic (Imagem: Reprodução/Apple)

A16 usa todo SoC para fotos e adiciona Display Engine

A Apple mencionou as três áreas de foco para o A16 Bionic: eficiência, display e câmeras. De fato, houve melhorias em desempenho. O novo SoC é o primeiro fabricado no processo de 4 nanômetros. Também contém aproximadamente 16 bilhões de transistores (quase um bilhão a mais que o antecessor).

Até aí, tudo natural. Eis que a empresa apresenta o Display Engine, o novo componente responsável por processar as tarefas relacionadas à tela, como o controle da taxa de atualização, a tela sempre ativa, os picos de brilho de 2.000 nits e o recurso de anti-aliasing para deixar as animações da Dynamic Island melhores.

O que é um SoC?

Um SoC ou “sistema em um chip” é um hardware que aloca outros circuitos. Imagine uma placa-mãe com os demais componentes (processador, RAM, GPU) integrados, é por esse caminho. No caso do A16, o Display Engine é mais um membro do conjunto, que faz companhia a outros como Neural Engine, Secure Enclave, processador avançado de imagem (ISP) e núcleos de processamento.

A16 Bionic
A16 Bionic (Imagem: Reprodução/Apple)

Por fim, Greg Joswiak, vice-presidente de marketing da Apple, comentou que o A16 “flexiona todos os músculos em função do sistema de câmeras”, que pela primeira vez traz um sensor de 48 megapixels. Os “músculos” são o conjunto formado por CPU, GPU, Neural Engine e o processador de sinal de imagem (ISP), que chegam a 4 trilhões de operações por foto.

Mesmo que o desempenho da CPU tenha decepcionado, dá para dizer que o A16 trouxe melhorias empolgantes em outras áreas do SoC. A Apple já se mantém no topo quando pensamos em chips para iPhones e iPads — só não pode se acomodar igual certas empresas.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Lucas Lima

Lucas Lima

Editor-assistente

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.

Relacionados