Amazon contesta contrato de US$ 10 bilhões da Microsoft com Pentágono
Amazon acredita que Donald Trump favoreceu Microsoft no contrato do Pentágono
Amazon acredita que Donald Trump favoreceu Microsoft no contrato do Pentágono
Depois de uma disputa que perdurou por mais de um ano, a Microsoft venceu um contrato de US$ 10 bilhões para prestação de serviços nas nuvens ao Pentágono. Mas a Amazon, que também disputava o contrato, não concorda com a decisão, por isso, vai levar o assunto à justiça.
O tal contrato diz respeito ao Joint Enterprise Defense Infraestructure (JEDI), projeto de computação nas nuvens e inteligência artificial que deve processar grandes volumes de dados para fins militares.
Como o JEDI é complexo, poucas companhias puderam concorrer pelo contrato: Amazon, IBM, Microsoft e Oracle, além do Google, que acabou desistindo da disputa sob o argumento de que as exigências do Pentágono não se alinhavam aos seus princípios éticos.
Com o passar dos meses, o Pentágono limitou a disputa a dois concorrentes: Amazon e Microsoft. A Oracle, porém, abriu um processo judicial contra o Departamento de Defesa dos Estados Unidos por entender que as condições para o contrato do JEDI foram moldadas para favorecer a Amazon.
Diante das queixas — representantes das demais companhias teriam manifestado reclamações semelhantes —, o presidente Donald Trump exigiu que o assunto fosse investigado.
Coube ao Secretário de Defesa Mark Esper conduzir esse trabalho. Se como efeito dessa investigação ou não, o fato é que a Microsoft foi anunciada vencedora do contrato em 25 de outubro.
A decisão pegou o mercado de surpresa, afinal, a Amazon era vista como a escolha certa para o JEDI por deter quase metade do mercado de computação nas nuvens e ser a única das concorrentes a ter o Impact Level 6, uma das certificações de segurança mais importantes do Departamento de Defesa.
De todo modo, a companhia não aceitou a derrota. A Amazon acredita que a decisão favorável à Microsoft foi indevidamente influenciada por Donald Trump — as leis americanas proíbem políticos de interferirem na concorrência de contratos.
É por isso que a Amazon resolveu contestar a contratação da Microsoft na justiça. Para a empresa, o processo de avaliação do JEDI contém deficiências e erros claros, que devem ser examinados.
Uma coisa é certa: Donald Trump não simpatiza com a Amazon. No ano passado, o presidente acusou a companhia de prejudicar o Serviço Postal dos Estados Unidos. Trump também acredita que Jeff Bezos usou o Washington Post para prejudicar a sua eleição — o jornal pertence ao fundador da Amazon desde 2013.
Procurado, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que não comenta litígios em potencial. Já a Microsoft não se manifestou sobre o assunto.
Com informações: CNBC, Washington Post.