Amazon é processada por negar intervalos para almoço a funcionários
Processo de ex-funcionária contra a Amazon foi transferido para corte federal dos EUA e pode se tornar ação coletiva
Processo de ex-funcionária contra a Amazon foi transferido para corte federal dos EUA e pode se tornar ação coletiva
A Amazon terá de lidar com mais uma acusação sobre condições de trabalho precárias. A empresa está sendo processada por negar intervalos de almoço e descanso a funcionários de centros de distribuição. A ação também alega que a companhia trabalha com equipes menores do que o necessário e atrasa o pagamento de salários.
O processo começou em fevereiro em São Francisco e, agora, foi levado para uma corte federal dos Estados Unidos, onde pode se tornar uma ação coletiva. Ele foi iniciado por Lovenia Scott, uma ex-funcionária que trabalhou em um centro de distribuição da Amazon em Vacaville, na Califórnia, entre outubro de 2016 e janeiro de 2019.
Na ação, ela afirma que a companhia negava o intervalo de 30 minutos para almoço, o que é previsto na legislação estadual. Segundo a acusação, os trabalhadores perdiam parte do tempo “ouvindo e respondendo às obrigações relacionadas ao trabalho em seus walkie-talkies”, que precisam ser carregados para qualquer local na empresa.
A ex-funcionária aponta que o tempo de intervalo também era reduzido por conta de filas no relógio de ponto. Isso porque muitos colegas almoçavam no mesmo horário e, no momento de sair para a pausa, eram obrigados a aguardar em filas para se registrarem. Com isso, os que estavam no final da fila tinham intervalos reduzidos.
Ainda de acordo com a acusação, o centro de distribuição da Amazon tinha constantemente turnos com menos pessoas do que o necessário. Devido à grande quantidade de trabalho, os funcionários não conseguiam tirar pequenos intervalos de descanso.
Scott também alega que os trabalhadores não recebiam qualquer tipo de compensação por usarem seus celulares pessoais em tarefas do trabalho. Ela aponta ainda que a companhia costumava atrasar pagamentos de salários.
As acusações de situações de trabalho precárias na Amazon não são novas. Em novembro de 2020, funcionários de vários países se organizaram em torno da iniciativa Make Amazon Pay para protestar contra a empresa. Os trabalhadores pediram por aumento de salários e melhores condições de trabalho.
Nesta semana, voltaram à tona relatos de que funcionários tiveram de urinar em garrafas e defecar em bolsas para bater metas. A acusação mais recente partiu de um deputado que respondeu a um executivo da companhia. A Amazon nega a alegação, mas documentos obtidos pelo The Intercept indicam que a empresa sabia do problema e não fez nada para resolvê-lo.
Para piorar, a Amazon decidiu obrigar funcionários a aceitarem um novo sistema de monitoramento. A empresa vai usar câmeras alimentadas por inteligência artificial para acompanhar o trabalho dos motoristas, mas muitos deles apontam uma “invasão de privacidade”.
Estes são apenas alguns dos problemas apontados por funcionários aos quais a Amazon precisa responder. Com a transferência do processo de Lovenia Scott para a corte federal e a possibilidade de transformação em ação coletiva, a situação da companhia pode se tornar ainda pior.
Com informações: The Verge.
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