Funcionários da Amazon protestam durante Black Friday em vários países
Durante a Black Friday, funcionários da Amazon pediram aumento de salário e melhores condições de trabalho
Durante a Black Friday, funcionários da Amazon pediram aumento de salário e melhores condições de trabalho
A Black Friday da Amazon também foi marcada por protestos de funcionários da empresa e de ambientalistas ao redor do mundo. Com a iniciativa Make Amazon Pay (Faça a Amazon Pagar), uma coalizão de mais de 40 entidades pede que a empresa ofereça melhores condições de trabalho e adote práticas sustentáveis.
Os protestos estavam previstos para acontecerem 15 países, incluindo o Brasil. O grupo também previa ações de trabalhadores de Estados Unidos, México, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Polônia, Bélgica, Luxemburgo, Índia, Bangladesh, Filipinas e Austrália.
Na Alemanha, funcionários paralisaram sete centros de distribuição da Amazon. Em Bangladesh, trabalhadoras do setor de vestuário protestaram em frente às instalações da empresa. No Reino Unido, na Alemanha e na Índia, trabalhadores projetaram a frase “Make Amazon Pay” em prédios da companhia.
Entre as demandas do grupo, está o aumento de salários de acordo com o crescimento da empresa e o pagamento de adicional por periculosidade e bônus para quem trabalha nos horários de pico. A coalizão também pede a extensão da licença médica remunerada para todos os trabalhadores da empresa.
Além disso, o grupo pede o fim de qualquer prática da empresa para impedir a organização de trabalhadores, incluindo a espionagem de funcionários e organizações. Uma reportagem do Motherboard publicada na segunda-feira (23) apontou que a Amazon monitorou ações políticas de vários funcionários na Europa.
O Make Amazon Pay defende o fim de contratos da Amazon com a indústria de energia fóssil e pede o compromisso da empresa em zerar a emissão de carbono até 2030. A iniciativa reivindica ainda o fim de parcerias da companhia com polícias e órgãos de imigração, além do pagamento integral de impostos nos países em que ela atua.
No site do Make Amazon Pay, os trabalhadores e ambientalistas afirmam que a pandemia do novo coronavírus expôs como a empresa “coloca o lucro à frente dos trabalhadores, da sociedade e do planeta”. O grupo afirma que a companhia recebe muito e devolve pouco e destacou o mote dos protestos ao afirmar que “é hora de fazer a Amazon pagar”.
“Durante a pandemia de COVID-19, a Amazon se tornou uma corporação de um trilhão de dólares, com [o CEO, Jeff] Bezos se tornando a primeira pessoa na história a acumular US$ 200 bilhões em riqueza pessoal”, afirma o grupo. “Enquanto isso, os trabalhadores dos armazéns da Amazon arriscaram suas vidas como trabalhadores essenciais e apenas brevemente receberam um aumento no pagamento”.
O aumento foi anunciado pela companhia em março. Devido à demanda adicional criada na pandemia, a empresa anunciou a abertura de 100 mil vagas e um reajuste de US$ 2 por hora hora no salário de funcionários em centros de distribuição, lojas e redes de entrega. No entanto, a decisão valeu apenas até maio.
Na quinta-feira (26), a Amazon afirmou que trabalhadores da linha de frente terão bônus neste fim de ano, sendo US$ 300 para funcionários de tempo integral e US$ 150 para funcionários de meio período. Segundo a empresa, a decisão representará uma despesa de US$ 500 milhões.
Após os protestos, a Amazon afirmou que o grupo faz uma série de afirmações enganosas e é organizado por grupos mal informados que usam a imagem da empresa para promover suas causas individuais. Em nota ao Business Insider, a companhia afirmou que já atende várias das demandas dos trabalhadores.
“A Amazon tem um forte histórico de apoio a nossos funcionários, clientes e comunidades, incluindo o fornecimento de condições de trabalho seguras, salários competitivos e grandes benefícios”, afirmou. A companhia alegou ainda que já se comprometeu em ser uma empresa zero carbono até 2040 e alegou que paga bilhões de libras em impostos em todo o mundo.
Com informações: The Verge.
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