Amazon vai demitir centenas de funcionários da divisão de Alexa

Gigante do e-commerce alega que está redefinindo as prioridades visando focar os recursos e os esforços em IA generativa

Lupa Charleaux

A Amazon iniciou uma nova rodada de cortes na divisão de Alexa. De acordo com a própria empresa, centenas de colaboradores do setor serão desligados nas próximas semanas. A ação faz parte da estratégia de redução de custos em andamento desde 2022.

Daniel Rauch, vice-presidente de dispositivos Alexa e Fire TV, enviou uma nota aos funcionários sobre as demissões na última sexta-feira (17). A princípio, os cortes devem afetar pessoas dos Estados Unidos e do Canadá. Trabalhadores da Índia e de outras regiões serão notificados sobre o desligamento nesta semana.

Amazon Echo Show 15 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apesar dos cortes, dispositivos Echo com Alexa podem receber novidades de IA generativa em breve (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foco em IA generativa

“À medida que continuamos a inventar, estamos mudando alguns de nossos esforços para alinharmos nossas prioridades de negócios e com o que sabemos que é mais importante para os clientes. Isso inclui maximizar nossos recursos e esforços focados em IA generativa”, cita um trecho do comunicado de Rauch.

A nota também informa que as mudanças forçam a Amazon a descontinuar algumas iniciativas. Isso resulta na “eliminação de várias centenas de funções” da divisão de Alexa.

Em 2022, o CEO da Amazon Andy Jassy iniciou ações para reduzir os custos da gigante do e-commerce. O executivo alega que a empresa passa por um período de lento crescimento do negócio principal de comércio virtual e enfrentou uma perda de US$ 5 bilhões de lucro operacional.

A estratégia já envolveu o corte de mais de 27 mil funcionários e o encerramento de setores menos lucrativos. Por exemplo, centenas de pessoas da divisão de Alexa e do serviço de jogos Luna foram desligados na primeira rodada de demissões em novembro de 2022.

Amazon Echo Dot de 3ª geração (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Gadgets com Alexa enfrentam a concorrência dos chatbots (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Ascensão e evolução da Alexa

A assistente virtual Alexa é uma das grandes apostas da Amazon desde a estreia em 2014. A gestão do então CEO Jeff Bezos acreditava que a tecnologia teria grande impacto na forma como as pessoas interagem com os computadores.

Por isso, a gigante do e-commerce remanejou os maiores talentos para atuar no setor. De acordo com as informações, a divisão de Alexa e de dispositivos Echo chegou a ter mais de 5 mil funcionários.

Entretanto, a Alexa passou a competir diretamente com as IAs generativas e chatbots nos últimos anos. A assistente recebeu diversas atualizações relacionadas à tecnologia ao longo de 2023, mas nenhuma com ampla influência na rotina dos usuários.

Entretanto, a Amazon anunciou o investimento inicial de US$ 1,25 bilhão na empresa de IA generativa Anthropic em setembro deste ano. A companhia é responsável pelo chatbot Claude, uma plataforma bem semelhante ao ChatGPT da OpenAI. Conforme as informações, o aporte pode chegar até US$ 4 bilhões no futuro.

Com informações: CNBC e Geek Wire

Leia | Como e por que mudar a palavra de ativação da Alexa [Amazon Echo]

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Lupa Charleaux

Lupa Charleaux

Repórter

Nerd por natureza, Lupa Charleaux é formado em Jornalismo Multimídia pela São Judas Unimonte (2012). Iniciou a carreira como repórter de entretenimento em 2013, mas migrou para a editoria de tecnologia em 2019. Construiu experiência na área ao produzir notícias diárias sobre eletrônicos (celulares, vestíveis), inovação, mercado e conteúdos especiais sobre os temas. É repórter do Tecnoblog desde outubro de 2023. Anteriormente, atuou como redator de tecnologia e entretenimento no TecMundo (2019-2021/2022-2023) e redator de produtos no Canaltech (2021-2022).