Apple busca engenheiros de 6G após adotar 5G nos iPhones
Contratação de engenheiros para 6G pode diminuir ainda mais a dependência da Apple de empresas terceiras, como a Qualcomm
Contratação de engenheiros para 6G pode diminuir ainda mais a dependência da Apple de empresas terceiras, como a Qualcomm
Aparentemente a Apple está procurando engenheiros para iniciar os trabalhos da empresa com os futuros aparelhos que serão capazes de conversar com as – ainda inexistentes – conexões 6G. O interesse pode fazer a marca não chegar atrasada quando a próxima geração de redes móveis for lançada, como aconteceu recentemente no 5G.
A Apple não foi a primeira marca a adotar o 5G, perdendo a corrida pela nova geração para a Motorola com seu Snap 5G do Moto Z3 em 2019. O iPhone pioneiro nesta conexão é o mais recente da marca, dentro da família iPhone 12, mas o futuro pode ser diferente e entenda isso como algo além: no 6G a empresa da maçã pode não precisar de outras marcas para isso.
A empresa pode dar sinais que seguirá nesse rumo com ajuda de vagas de trabalho descobertas pelo Bloomberg. O veículo de imprensa afirma que os engenheiros contratados trabalharão em escritórios da Apple no Vale do Silício, onde fica o principal prédio da marca, junto de outros em San Diego, no estado americano da Califórnia – e que é a mesma cidade onde fica a sede da Qualcomm, vejam só!
“Você terá uma oportunidade única e gratificante de criar a próxima geração de tecnologia sem fio que terá impacto profundo no futuro dos produtos da Apple”, diz o anúncio. “Nesta função, você estará no centro de um grupo de pesquisa de ponta responsável pela criação da nova geração de tecnologias disruptivas de rádio durante a próxima década,” complementa.
Uma das funções para a vaga é participar dos fóruns de discussão do 6G, o que deixa claro que a Apple quer estar dentro das decisões da próxima geração das redes desde o início. Colocar mentes pensantes dentro de casa está de acordo com um movimento que já acontece na Apple faz algum tempo.
Atualmente ela é a responsável pelos próprios processadores de toda linha de iPhones, iPods Touch e iPads, além de ter iniciado a migração dos Macs para o recente chip M1 (Apple Sillicon), mas ainda depende de terceiros como a Qualcomm para entregar o modem 3G, 4G e 5G em qualquer um de seus gadgets.
Os engenheiros podem ajudar a diminuir essa dependência, já que no final do ano passado a própria empresa parece ter dado início ao trabalho necessário para produzir um modem internamente. Este rumor apareceu algum tempo depois da Apple ter comprado a divisão deste tipo de hardware feito pela Intel, por US$ 1 bilhão.
O rumor deste movimento, ventilado em dezembro de 2020 pela mesma Bloomberg, foi tão forte que fez as ações da Qualcomm caírem 6,3% naquele momento. A estimativa é que a Apple representa aproximadamente 11% de toda receita da empresa de San Diego, famosa por produzir os processadores Snapdragon para o mundo Android e ganhar (muito) dinheiro com patentes para conexões sem fio para muitos fabricantes.
Se você ficou animado com a palavra “6G”, é melhor diminuir sua expectativa. O mercado estima que ainda são necessários quase 10 anos de conversa, desenvolvimento e muitos testes para que a próxima geração das redes móveis apareça como produto para o consumidor final.
Mesmo tão distante, já existem alguns conglomerados de nomes de peso discutindo exatamente o assunto 6G, como é o caso do Next G Alliance. Este grupo conta com integrantes Google, LG, Apple, Facebook, Samsung, Microsoft, Nokia, Qualcomm, Ericsson, Ciena, Telbyx, Interdigital e JMA Wireless, além de algumas operadoras dos Estados Unidos e Canadá.
Com informações: Bloomberg.