Apple e Google suspendem escuta de áudios da Siri e Google Assistente
Nenhuma das empresas deixava claro que conversas com Siri e Google Assistente podiam ser ouvidas por funcionários
Nenhuma das empresas deixava claro que conversas com Siri e Google Assistente podiam ser ouvidas por funcionários
A revelação de que os comandos de voz dados ao Google Assistente podem ser ouvidos por terceiros não pegou bem. O mesmo vale para a descoberta de que existe uma prática similar com relação à Siri. É por isso que Google e Apple decidiram suspender o acesso a essas gravações, pelo menos até novas abordagens serem desenvolvidas.
No caso do Google, funcionários eram autorizados a ouvir e transcrever gravações de usuários para ajudar o assistente de voz a ser mais preciso no reconhecimento de comandos.
O programa da Apple tinha finalidade similar: funcionários terceirizados eram contratados para ouvir uma pequena parte das gravações relacionadas à Siri (menos de 1% delas, de acordo com a Apple) e, assim, identificar ativações acidentais da assistente ou respostas imprecisas, por exemplo.
Em ambos os casos, parece legítima a intenção de aperfeiçoar a tecnologia. O problema são os efeitos colaterais, por assim dizer: muitas gravações contêm informações sensíveis, existe a possibilidade de que os dados sejam usados indevidamente pelos funcionários e os termos de uso dos dois assistentes não deixam claro que as conversas podem ser ouvidas.
Para dar uma ideia do quão frágil o controle sobre as gravações parece ser, o próprio Google reconheceu que os áudios foram vazados por um funcionário que violou as políticas de segurança da empresa.
Diante das críticas, o Google decidiu suspender as transcrições na União Europeia — os áudios que vazaram têm origem na Bélgica e Holanda. À CNBC, a companhia explicou que tomou a decisão logo após a denúncia vir à tona e que está tratando do assunto com autoridades de proteção de dados.
A suspensão deverá durar pelo menos três meses. O Google defendeu a prática argumentando que faz transcrições de apenas 0,2% das gravações e que elas não são associadas às contas dos usuários que as geraram. Provavelmente, a companhia adotará medidas para legitimar as transcrições, como descrever essa possibilidade com mais clareza em seus termos de uso.
Já a Apple diz estar comprometida em fornecer uma ótima experiência com a Siri e ao mesmo tempo proteger a privacidade do usuário, por isso, anunciou a suspensão global do uso das gravações para uma revisão completa do programa.
Uma das medidas que a Apple deverá adotar é uma atualização de software que permitirá ao usuário consentir ou não que seus comandos de voz sejam coletados e ouvidos (presumivelmente de maneira anônima) para aperfeiçoamento da tecnologia.
Apesar de as duas companhias terem tomado a decisão de suspender os programas, a possibilidade de autoridades investigarem profundamente as denúncias não está descartada. Analistas apontam que o Google pode ter violado o GDPR, por exemplo.
Com informações: TechCrunch, The Next Web.
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