Biden fará reunião com 30 países para discutir combate a ransomware

Estados Unidos querem formar aliança internacional para cortar o financiamento e punir grupos responsáveis por ataques de ransomware

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Joe Biden, presidente dos EUA (Imagem: Reprodução/Facebook/The White House)

O ransomware se tornou um problema grave, e governos do mundo todo estão preocupados com o assunto. Neste mês, os EUA vão promover um encontro de 30 países para debater a questão e tentar encontrar formas de combater os grupos responsáveis por ações desse tipo.

A ideia é formar uma aliança para combater o cibercrime, com colaboração internacional para fiscalizar e punir responsáveis e reprimir o uso ilícito de criptomoedas. A diplomacia também será usada para levar adiante esses esforços, segundo informações da CNN

O encontro será virtual e multilateral. De acordo com a Casa Branca, o evento é parte dos esforços para cortar o financiamento dos grupos por trás de ataques de ransomware e descobrir maneiras de aplicar as penas da lei em casos assim. 

Governo americano não confia na Rússia

Um ponto importante na colaboração internacional é a posição da Rússia, onde supostamente operam muitos dos grupos por trás de ataques de ransomware. 

Em um encontro em junho, Biden pediu ajuda a Vladimir Putin no combate contra os cibercriminosos. O presidente americano voltou a pressionar o mandatário russo em julho. Mesmo assim, autoridades dos EUA estão céticas quanto ao comprometimento de Moscou com a questão.

EUA prometeram tratar ransomware como terrorismo

Não é a primeira vez que o governo americano se movimenta a respeito do ransomware. Em setembro, surgiu a notícia de que o país estaria preparando uma série de sanções para dificultar o uso de criptomoedas em crimes cibernéticos. 

Um pouco antes, em junho, um funcionário do Departamento de Justiça disse à Reuters que o órgão passaria a tratar ataques desse tipo com o mesmo rigor aplicado ao terrorismo. O próprio Biden declarou que ações desse tipo poderiam levar a uma guerra “real” e chegou a acusar China e Rússia de darem cobertura a criminosos.

Segurança cibernética (Imagem ilustrativa: Pixabay/Pexels)
Segurança cibernética (Imagem ilustrativa: Pixabay/Pexels)

Colonial Pipeline e JBS foram alvos de ransomware

Em maio deste ano, a Colonial Pipeline, empresa responsável pelo maior oleoduto dos EUA, foi vítima de um dos ataques de ransomware de maior repercussão já vistos. Sem acesso aos sistemas, a companhia se viu obrigada a parar suas atividades e deixou uma parte da Costa Leste do país sem combustível. 

A Colonial pagou cerca de US$ 4,4 milhões ao grupo DarkSide, que estava por trás do ataque. Mais tarde, o Departamento de Justiça dos EUA conseguiu recuperar US$ 2,3 milhões.

No mesmo mês, a brasileira JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, precisou suspender suas operações na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos devido a um episódio do mesmo tipo. A companhia pagou US$ 11 milhões para retomar o controle de seus sistemas, que estavam nas mãos dos hackers do grupo REvil.

Empresas e órgãos públicos brasileiros também foram vítimas. As Lojas Renner ficaram com seu site indisponível por algumas horas no dia 19 de agosto por causa de ransomware, e o grupo Fleury, de laboratórios médicos, foi alvo de extorsão e vazamento de dados. 

No setor público, o Superior Tribunal de Justiça foi atacado com o software RansomExx e teve que suspender suas atividades por uma semana. Outro episódio envolveu a Secretaria do Tesouro Nacional, mas não foram divulgados mais detalhes da ação.

Com informações: CNN

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Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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