Biden fará reunião com 30 países para discutir combate a ransomware
Estados Unidos querem formar aliança internacional para cortar o financiamento e punir grupos responsáveis por ataques de ransomware
Estados Unidos querem formar aliança internacional para cortar o financiamento e punir grupos responsáveis por ataques de ransomware
O ransomware se tornou um problema grave, e governos do mundo todo estão preocupados com o assunto. Neste mês, os EUA vão promover um encontro de 30 países para debater a questão e tentar encontrar formas de combater os grupos responsáveis por ações desse tipo.
A ideia é formar uma aliança para combater o cibercrime, com colaboração internacional para fiscalizar e punir responsáveis e reprimir o uso ilícito de criptomoedas. A diplomacia também será usada para levar adiante esses esforços, segundo informações da CNN.
O encontro será virtual e multilateral. De acordo com a Casa Branca, o evento é parte dos esforços para cortar o financiamento dos grupos por trás de ataques de ransomware e descobrir maneiras de aplicar as penas da lei em casos assim.
Um ponto importante na colaboração internacional é a posição da Rússia, onde supostamente operam muitos dos grupos por trás de ataques de ransomware.
Em um encontro em junho, Biden pediu ajuda a Vladimir Putin no combate contra os cibercriminosos. O presidente americano voltou a pressionar o mandatário russo em julho. Mesmo assim, autoridades dos EUA estão céticas quanto ao comprometimento de Moscou com a questão.
Não é a primeira vez que o governo americano se movimenta a respeito do ransomware. Em setembro, surgiu a notícia de que o país estaria preparando uma série de sanções para dificultar o uso de criptomoedas em crimes cibernéticos.
Um pouco antes, em junho, um funcionário do Departamento de Justiça disse à Reuters que o órgão passaria a tratar ataques desse tipo com o mesmo rigor aplicado ao terrorismo. O próprio Biden declarou que ações desse tipo poderiam levar a uma guerra “real” e chegou a acusar China e Rússia de darem cobertura a criminosos.
Em maio deste ano, a Colonial Pipeline, empresa responsável pelo maior oleoduto dos EUA, foi vítima de um dos ataques de ransomware de maior repercussão já vistos. Sem acesso aos sistemas, a companhia se viu obrigada a parar suas atividades e deixou uma parte da Costa Leste do país sem combustível.
A Colonial pagou cerca de US$ 4,4 milhões ao grupo DarkSide, que estava por trás do ataque. Mais tarde, o Departamento de Justiça dos EUA conseguiu recuperar US$ 2,3 milhões.
No mesmo mês, a brasileira JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, precisou suspender suas operações na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos devido a um episódio do mesmo tipo. A companhia pagou US$ 11 milhões para retomar o controle de seus sistemas, que estavam nas mãos dos hackers do grupo REvil.
Empresas e órgãos públicos brasileiros também foram vítimas. As Lojas Renner ficaram com seu site indisponível por algumas horas no dia 19 de agosto por causa de ransomware, e o grupo Fleury, de laboratórios médicos, foi alvo de extorsão e vazamento de dados.
No setor público, o Superior Tribunal de Justiça foi atacado com o software RansomExx e teve que suspender suas atividades por uma semana. Outro episódio envolveu a Secretaria do Tesouro Nacional, mas não foram divulgados mais detalhes da ação.
Com informações: CNN
{{ excerpt | truncatewords: 55 }}
{% endif %}