Há quase dois meses que o Facebook lançou o Messenger Kids, como o nome sugere, um aplicativo de mensagens instantâneas para crianças. Parece uma boa ideia porque os pais controlam o acesso ao serviço. Mas uma coalização formada por educadores, profissionais de saúde, pais e interessados pelo assunto pede que a ferramenta seja simplesmente descontinuada.
As condições de uso do Facebook exigem que o usuário tenha pelo menos 13 anos de idade. O Messenger Kids entra em cena justamente nesse ponto. O app é voltado para crianças com idade entre seis e 12 anos. Como elas não podem criar contas na rede social, os pais é que criam perfis para os filhos ali dentro e adicionam contatos.
Não há anúncios, muito menos repasse de dados para fins publicitários, garante o Facebook. Além disso, o Messenger Kids respeita a COPPA, lei americana de proteção de menores na internet. Qual o problema, então? Para os membros da Campaign for a Commercial-Free Childhood, o aplicativo pode causar transtornos às crianças por aumentar o tempo que elas gastam nos meios digitais.
O grupo enviou uma carta a Mark Zuckerberg (PDF) pedindo o fim do aplicativo. O documento cita um estudo que associa o aumento dos casos de depressão entre adolescentes ao maior tempo de uso de dispositivos móveis.
Para o grupo, a exposição excessiva é perigosa porque as crianças não são plenamente capazes de entender a complexidade dos relacionamentos online, tampouco têm entendimento suficiente sobre privacidade e medidas para preservá-la.
Pelo jeito, os argumentos não convenceram. À Wired, um representante do Facebook disse que o serviço vem até recebendo relatos de pais satisfeitos com o Messenger Kids porque o aplicativo estaria ajudando os filhos no contato com eles e familiares que moram longe.
Nenhum comentário foi feito a respeito do conteúdo da carta em si, mas essa postura evasiva é um claro sinal do óbvio: o Facebook não iria desistir do aplicativo tão facilmente.