Apple Silicon é só o começo para PCs sem x86, indica CEO da ARM
Para Simon Segars, plataforma Apple Silicon vai ajudar processadores de arquitetura ARM a vingarem em PCs
Para Simon Segars, plataforma Apple Silicon vai ajudar processadores de arquitetura ARM a vingarem em PCs
O processador M1 (Apple Silicon) é exclusivo da linha Mac, mas, por ter como base a arquitetura ARM, alimenta a expectativa de que esse tipo de chip vingue em PCs. Simon Segars, CEO da ARM, está muito otimista quanto a isso.
Não que chips ARM sejam novidade em PCs. A Qualcomm, por exemplo, tem um chip do tipo que foi desenvolvido especialmente para equipar notebooks com Windows: o Snapdragon 8cx.
A principal vantagem de computadores baseados em ARM é o consumo reduzido de bateria, característica que pode fazer um laptop ter algo perto de 20 horas de autonomia (ou mais). O problema é que aplicações adaptadas de x86 para ARM ainda podem ter problemas de desempenho ou compatibilidade.
Teoricamente, os computadores da Apple não estão livres desses problemas. No ano passado, a Qualcomm chegou a declarar que emular softwares antigos na plataforma Apple Silicon seria um desafio.
Mas, na prática, o que estamos vendo é o chip M1 apresentando ótimo desempenho, de modo geral. Para executar software legado, os Macs com esse processador contam com uma ferramenta chamadas Rosetta 2, que traduz aplicativos de 32 ou 64 bits para ARM.
Por aliar boa autonomia de bateria com desempenho satisfatório, os Macs com M1 estão tendo demanda expressiva no mercado, constatação que fez Simon Segars acreditar que esse cenário pode favorecer o mercado como um todo, não só o ecossistema da Apple:
O que estamos começando a ver é a inovação real acontecendo em um mercado no qual não houve um grande número de inovações.
Simon Segars, CEO da ARM
Em parte, a inovação citada pelo executivo é possível graças aos esforços de engenharia da própria ARM para levar a sua arquitetura aos PCs. A Nvidia, que vai se tornar dona da ARM se o negócio for aprovado por órgãos reguladores, é vista como outra potencial colaboradora para esse cenário.
Isso não quer dizer que, no longo prazo, chips x86 irão sumir do mercado, mas que eles poderão ter que dividir espaço com a arquitetura ARM. Para Segars, estamos apenas no começo dessa realidade.
Não é por capricho que AMD e Intel estão me mexendo. Para a CES 2021, a primeira anunciou os processadores Ryzen 5000 com promessa de autonomia de até 17h30min. Já a Intel vem trabalhando nos chips Alder Lake, que seguirão uma proposta híbrida parecida com a tecnologia big.LITTLE, da ARM.
Com informações: CNET.