Review MacBook Pro (Apple M1): não precisa nem olhar para trás

Primeiro MacBook Pro sem processador da Intel tem desempenho surpreendente e bateria que dura muito

Paulo Higa
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• Atualizado há 3 meses
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Olhando de longe, parece que nada mudou. Afinal, estamos falando de um notebook com a mesma tela Retina de 13 polegadas, o mesmo design de alumínio e o mesmo tamanho do antecessor, sem nenhum milímetro a mais ou a menos. Mas, pela primeira vez depois de 15 anos, não existe mais um chip da Intel dentro de um MacBook Pro. E esta pode ser a mudança mais significativa no mercado de PCs na última década.

O portátil da Apple abandona o Intel Core e traz o primeiro chip para Macs criado pela própria empresa, o M1, com a mesma arquitetura usada nos iPhones e iPads. A capacidade da bateria praticamente não mudou, mas a promessa de autonomia dobrou para 20 horas. Será que o desempenho é tudo isso mesmo? Eu usei o novo MacBook Pro de 13 polegadas nas últimas semanas e conto minhas impressões a seguir.

Análise do MacBook Pro (2020) com Apple M1 em vídeo

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Design e conectividade

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Por fora, o novo MacBook Pro de 13 polegadas é idêntico ao antigo, o que significa que temos um notebook com corpo de alumínio, trackpad gigante revestido com vidro e uma Touch Bar cuja existência eu só noto quando vou silenciar os alto-falantes. Nas laterais, a Apple manteve a entrada de fone de ouvido e apenas duas portas, no padrão USB4, que suportam as velocidades de até 40 Gb/s do Thunderbolt 3 e um monitor externo com resolução 6K a 60 Hz.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Para mim, as conexões (ou a falta delas) são os grandes pontos negativos dos MacBooks Pro mais recentes. As versões com Intel ainda permitem escolher uma configuração com quatro portas, mas os portáteis com M1, pelo menos na leva inicial, só têm opção de duas portas. É pouco, ainda mais considerando que uma delas será usada a maior parte do tempo para manter o notebook na tomada. E, cinco anos depois, eu ainda não superei a extinção do MagSafe e do leitor de cartões de memória.

Tela e som

A tela Retina de 13 polegadas do MacBook Pro continua sendo uma das melhores do mercado, se destacando principalmente pelo brilho, que é forte o suficiente para enxergar a imagem em qualquer condição de iluminação, graças ao bom nível de contraste. O preto é bastante profundo e o volume de cores é muito provavelmente maior que o da sua TV. A resolução de 2560×1600 pixels dispensa apresentações e torna quase impossível enxergar pixels individuais a olho nu.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Os alto-falantes são bons, embora não tenham o mesmo vigor do MacBook Pro de 16 polegadas, que alcança volumes maiores. Os médios são claros, favorecendo as vozes e criando aquela sensação agradável de som definido. Os graves ficam longe de impressionar, mas já quebram o galho se você quiser assistir a um filme na Netflix sem usar fones de ouvido.

Teclado e trackpad

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Depois de sofrer críticas e ser obrigada a fazer vários programas de reparo, a Apple não deixou o teclado estragar toda a festa. Apesar de eu não ter tido problemas com o teclado borboleta e de ter gostado dos botões mais finos e silenciosos, é fato que o mecanismo tesoura é mais familiar para a maioria das pessoas. No novo MacBook Pro, o teclado funciona sem surpresas, possui teclas retroiluminadas para ajudar na digitação no escuro e permanece com o layout americano, sem cedilha.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Já o trackpad continua como um dos grandes acertos da Apple há anos. Ele responde bem aos comandos multi-touch, tem um acabamento de vidro que favorece o deslizar dos dedos e traz a tecnologia Force Touch, que é bem transparente ao usuário: se ninguém dissesse que o trackpad não se move ao clicar, ninguém notaria. Eu normalmente uso um trackpad externo para manter o notebook mais alto sobre uma base, mas o trackpad integrado é mais que suficiente para você se locomover por aí.

Desempenho e bateria

Então chegamos ao ponto mais importante do novo MacBook Pro. A Apple apresentou bons números de hardware, prometendo 2,8 vezes mais desempenho em relação ao Core i7 quad-core usado na geração passada, além de uma placa de vídeo integrada cinco vezes mais rápida que a Intel Iris Plus. Esses saltos seriam impressionantes por si só, mas ainda vieram acompanhados de uma autonomia dobrada, de 10 para 20 horas, mantendo praticamente a mesma bateria, que teve um aumento marginal de 58 para 58,2 watts-hora.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Depois de quatro semanas usando o novo MacBook Pro, dá para dizer que sim, o Apple M1 é tudo isso mesmo. Nos últimos meses, eu tenho usado um MacBook Pro de 16 polegadas com Intel Core i9 octa-core e placa de vídeo AMD Radeon Pro 5500M. É uma configuração que faz muita gente babar e que, no site da Apple, custa absurdos R$ 35.299. Eu não sou o tipo de usuário que mais se beneficiaria do Apple Silicon, como editores de vídeo ou desenvolvedores, mas faria a troca de arquitetura sem pestanejar porque tudo é notavelmente mais rápido e eficiente.

As reuniões em vídeo são uma das tarefas mais banais que descobrimos na pandemia. No Tecnoblog, usamos o Google Meet, que consome um processamento inacreditável e facilmente ativa a ventoinha do MacBook Pro de 16 polegadas, que não dura muito mais que três horas fora da tomada fazendo algo tão rotineiro. Já o novo MacBook não fica nem morno, e as estimativas dão conta de que eu poderia manter a reunião por oito ou nove horas (mas espero que isso nunca aconteça).

Outra tarefa que dá uma ideia do poder do Apple M1 está no Affinity Photo, software de edição de imagens que uso no dia a dia e já está compilado para a nova arquitetura. Eu tenho uma macro simples que redimensiona um grupo de imagens em 4K para Full HD, adiciona uma marca d’água e aplica filtros de nitidez, saturação e contraste em todas elas. O Core i9 era obviamente rápido nisso e conseguia processar 15 imagens em oito segundos. Mas o M1 completa a mesma ação em dois segundos.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (à esquerda) e MacBook Pro (2019) com Core i9 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (à esquerda) e MacBook Pro (2019) com Core i9 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Apesar de não editar mais vídeos no Tecnoblog, eu tinha que executar algo mais pesado para conferir até onde o M1 poderia chegar contra um monstro de 16 polegadas com placa de vídeo dedicada. Então, instalei o Final Cut Pro, criei um projeto de 21 minutos e exportei tudo em 4K a 30 fps com codec ProRes 422, criando um arquivo final de mais de 90 GB. O Core i9 com a Radeon Pro 5500M renderizou tudo em 10min29s. Já o M1 fez tudo em 8min32s.

Tem mais um detalhe: esse teste foi feito com os dois MacBooks fora da tomada e com 100% de bateria. O MacBook Pro de 16 polegadas com Intel terminou o processo com 85% de bateria restante, enquanto o MacBook Pro de 13 polegadas com M1 ainda estava com 100% de bateria. É isso aí, o ponteiro nem se mexeu (mas vale a observação de que a carga caiu para 99% um minuto depois).

Além disso, durante o processamento pesado, um dos MacBooks se manteve silencioso e deu uma “amornada” leve, enquanto o outro esquentou bastante na região acima do teclado e fez um forte barulho de ventoinha. Isso mostra que tanto o poder de processamento quanto a eficiência energética estão fora da curva, e que estamos diante de um raro avanço significativo na indústria.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Em um teste mais simples de bateria, consegui chegar perto da autonomia prometida pela Apple. No Safari, rodando um vídeo em 4K a 60 fps no YouTube em tela cheia, com brilho em 300 nits (o equivalente a cerca de 80% do máximo), o MacBook Pro de 16 polegadas com Core i9 gastou 8h34min para chegar aos 10% de carga, enquanto o MacBook Pro de 13 polegadas com M1 demorou 14h20min para atingir o mesmo nível.

É óbvio que a tela do MacBook maior consome mais energia, mas ainda assim estamos falando de uma diferença de seis horas. Além disso, é preciso levar em conta que o MacBook Pro de 16 polegadas tem uma bateria enorme de 100 watts-hora, a capacidade máxima permitida na cabine de um avião e quase o dobro dos 58,2 watts-hora do modelo de 13 polegadas. Por aí, dá para perceber que tamanho não é documento.

A autonomia do MacBook Pro com M1 também impressiona em um dia de trabalho comum. Em nenhum dos dias, depois de nove horas ligado, com Slack, aplicativo de e-mail, editor de texto e cinco ou dez abas no Safari, eu terminei com menos de 30% de bateria. Eu me lembro de ter uma autonomia parecida, mas ainda inferior, em um MacBook Air. Em um MacBook Pro, é a primeira vez.

Software

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Todos os testes foram realizados com versões finais do macOS Big Sur, que finalmente deixa o 10 de lado para adotar o 11 como número de versão. Para quem tem um Mac com Intel, a grande mudança está no visual, que se aproxima do iOS e traz uma Central de Controle na barra de menus e widgets remodelados. Mas quem já partiu para o M1 tem o bônus da App Store, que permite instalar aplicativos de iPhone e iPad no Mac.

Eu não tinha muitas expectativas sobre esses aplicativos de iOS rodando no Mac e, de fato, eles não parecem ser uma prioridade nem dos desenvolvedores e nem da Apple. As interfaces feitas para mouses são bem diferentes daquelas feitas para telas de toque — e a sensação de gambiarra é bem presente em alguns poucos aplicativos de iPhone e iPad que testei no MacBook, como o Overcast e o Any.do, que exigem fazer alguns gestos que são contra-intuitivos no trackpad.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Consegui testar poucos aplicativos de iOS porque boa parte dos desenvolvedores, especialmente os nomes mais conhecidos, como Facebook, Google e Microsoft, optaram por não permitir que seus aplicativos de iPhone e iPad fossem instalados em Macs. Considerando a experiência de uso apenas satisfatória dos que estavam na loja, dá para entender o porquê. Então, não espere ver um YouTube, Instagram ou Netflix tão cedo rodando em um aplicativo nativo no MacBook.

Jogos também nunca foram um ponto forte da plataforma da Apple e isso não deve mudar, até porque a situação piorou um pouco com a mudança de arquitetura. Com um chip da Intel, você ainda podia instalar Windows em um MacBook e rodar os inúmeros games de PC, embora eu ache isso um desperdício de dinheiro, já que a Apple nunca se preocupou em colocar placas de vídeo otimizadas para jogos nos Macs. Já com o M1, a melhor solução por enquanto é, talvez, comprar um PlayStation 5.

Quanto à transição de arquitetura, o processo está sendo bem rápido por parte dos desenvolvedores. Todos os aplicativos da Apple obviamente já estão compilados para o M1, o que inclui o Final Cut Pro e o Xcode. Mas a Adobe, a Microsoft, a Serif e outras grandes empresas que criam softwares profissionais também foram ágeis em adotar a nova arquitetura.

Eu só não consegui rodar o Google Drive File Stream, que cria uma unidade de disco virtual no macOS e replica a estrutura de pastas na nuvem em um sistema de arquivos local; esse software depende de uma extensão (mais especificamente de um kext) que ainda não foi desenvolvida para a nova arquitetura. Todos os outros programas que uso já foram portados ou são executados sem problemas com o tradutor Rosetta 2.

Vale a pena?

Vale.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Em regra, eu não recomendo comprar nenhum produto de primeira geração: eles sempre têm algum ponto negativo que certamente será corrigido no sucessor. Mas o Apple M1 é uma exceção. O primeiro MacBook Pro com o chip da Apple não só atendeu minhas expectativas, como superou todas elas. E olha que eu estava ansioso para colocar as mãos em Macs com arquitetura ARM bem antes de eles se tornarem realidade: a primeira vez que eu ventilei essa ideia foi em 2015, quando o Apple A9X do iPad Pro surpreendeu o mercado.

A Apple seguiu um caminho conservador no MacBook Pro, trocando o motor sem mexer no chassi. Mas as mudanças internas foram tão positivas e significativas que fica difícil até pensar em comprar um notebook com Intel outra vez. O Apple M1 surpreende pelo forte desempenho sustentado sem nem ficar morno. E a bateria impressiona por durar até mais do que eu esperaria em um MacBook Air, só que com muito mais potência.

Tudo o que poderia dar errado no primeiro MacBook Pro com chip da Apple não deu. Do lado dos desenvolvedores, a transição está sendo rápida, com boa parte dos aplicativos já rodando nativamente em arquitetura Apple. E mesmo os que ainda dependem de instruções x86 da Intel têm desempenho impecável com o Rosetta 2: só é possível notar que não se trata de um aplicativo emulado ao analisar o Monitor de Atividade, porque a perda de performance é imperceptível na prática.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Nem todos os usuários são atendidos pela primeira leva de Macs com Apple Silicon, como aqueles que usam GPUs externas ou rodam softwares que exigem mais de 16 GB de RAM. É questão de tempo até que a Apple lance computadores para esses públicos; se o cronograma for cumprido, os iMacs, Macs Pro e um MacBook Pro maior com chip mais poderoso devem chegar até 2022. Pelo o que o M1 já entregou, fico ansioso para saber o que um M1X ou M2 com 12, 16 ou 20 núcleos terá a oferecer.

É verdade que o MacBook Pro continua sendo um produto muito caro e não há nenhum sinal de que isso mude no futuro. Mas a verdade é que ele veio para mostrar o quanto um conjunto otimizado de hardware e software pode ser benéfico. Para uma empresa ou até um profissional que depende de muita capacidade de processamento no dia a dia, o custo se torna marginal e a máquina se paga com o ganho de desempenho.

Quem já era usuário de Mac e tinha como comprar uma máquina dessas na era Intel, agora não precisa mais nem olhar para trás. Se essa foi a primeira demonstração do time de processadores da Apple, mal posso esperar para ver as próximas.

Especificações técnicas

  • Sistema operacional: macOS 11.1 Big Sur;
  • Tela: IPS LCD (Retina) de 13,3 polegadas com resolução de 2560×1600 pixels, brilho de 500 nits, gama de cores DCI-P3, tecnologia True Tone;
  • Processador: Apple M1 octa-core de até 3,2 GHz com GPU de oito núcleos e Neural Engine de 16 núcleos;
  • RAM: 16 GB;
  • Armazenamento: memória flash de 1 TB;
  • Conexões: duas portas USB4 (Thunderbolt 3 e DisplayPort), entrada de fone de ouvido de 3,5 mm, Wi-Fi 6 (802.11ax), Bluetooth 5.0;
  • Câmera: FaceTime HD com resolução de 1280×720 pixels;
  • Bateria: 58,2 watts-hora (até 17 horas de navegação e até 20 horas de reprodução de vídeo) com carregador USB-C de 61 watts incluso;
  • Tamanho: 30,41×21,24×1,56 cm;
  • Peso: 1,4 kg.

Review MacBook Pro (Apple M1)

Prós

  • Bateria dura muito (mesmo)
  • Desempenho surpreendente
  • Design compacto e bem acabado
  • Tão frio que a ventoinha nem é ligada
  • Trackpad continua sendo um dos melhores do mercado
  • Tela com alto brilho e excelente definição

Contras

  • Apps x86 que precisam de acesso mais profundo não vão funcionar
  • Saudade da época que o MacBook Pro tinha portas suficientes
Nota Final 9.6
Bateria
10
Conectividade
8
Desempenho
10
Design
10
Software
9
Som
9
Teclado
10
Tela
10
Trackpad
10

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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