ARM DynamIQ é uma arquitetura de chips focada em IA e carros autônomos
A tecnologia também poderá trazer mais potência a smartphones, dispositivos de realidade virtual, servidores e afins
A tecnologia também poderá trazer mais potência a smartphones, dispositivos de realidade virtual, servidores e afins
Ser onipresente no mercado de dispositivos móveis não é o bastante. Mais do que nunca, a ARM quer que chips baseados em suas arquiteturas equipem laptops, servidores, consoles de games, dispositivos de realidade virtual, aplicações de inteligência artificial, robôs e até carros autônomos. Para tanto, a companhia apostará em uma tecnologia focada em desempenho: a ARM DynamIQ.
Não é que não seja possível encontrar processadores ARM nas mencionadas plataformas. Só que é muito comum chips do tipo aparecerem em aplicações que priorizam a otimização do consumo de energia. Frequentemente, somente o segmento de dispositivos móveis nos lembra que tecnologias ARM também podem ser sinônimo de alto desempenho.
A proposta da DynamIQ é justamente aliar a já conhecida otimização do consumo com performance. E não é por mero capricho: aplicações de realidade virtual e aprendizagem de máquina, por exemplo, requerem cada vez mais capacidade elevada de processamento, sem desconsiderar o aspecto do consumo. Uma forma de atender a essa necessidade é oferecer uma estrutura dinâmica.
Para entendermos como isso funciona, basta lembramos do big.LITTLE. Por padrão, chips com essa tecnologia têm dois grupos de núcleos: um mais potente, outro com desempenho inferior e, portanto, menos consumo. Quando uma tarefa exigente precisa ser executada, o primeiro grupo é acionado; quando a tarefa é simples, os núcleos menos potentes dão conta da execução. Dessa forma, o chip acaba tendo maior eficiência energética — a economia pode chegar a 75%.
Na ARM DynamIQ, o big.LITTLE é expandido, digamos assim. Em vez de seguir o padrão com dois conjuntos de núcleos, o fabricante pode fazer arranjos muito mais flexíveis. Como a própria ARM explica, é possível combinar um núcleo de alto desempenho com sete núcleos mais econômicos, por exemplo, cada um deles tendo especificações diferentes (como clocks distintos). Teoricamente, ficará mais fácil para a indústria desenvolver processadores específicos para cada tipo de aplicação.
Não termina aí. A tecnologia DynamIQ também foi projetada para permitir comunicação mais rápida entre os núcleos e ter gerenciamento mais avançado de memória, o que deve melhorar não só o desempenho como também a economia de energia. Há ainda instruções específicas para aplicações de inteligência artificial, aprendizagem de máquina e afins.
Redundância é outro aspecto considerado na DynamIQ. Se um grupo de núcleos falhar, outros poderão assumir as tarefas automaticamente. Essa característica é especialmente importante para sistemas de carros autônomos — uma falha aqui pode simplesmente ser fatal, você sabe.
As possibilidades são realmente grandes. A Qualcomm conseguirá oferecer processadores que deixam os smartphones ainda mais poderosos, e a Apple poderá (finalmente?) criar uma linha de Macs totalmente baseada em arquitetura ARM, só para dar alguns exemplos.
Entre 2013 e 2017, cerca de 50 bilhões de chips com arquitetura ARM foram produzidos. A expectativa da companhia é a de que esse número seja de 100 bilhões nos próximos quatro anos. A DynamIQ deverá fazer parte disso. Os primeiros chips baseados na tecnologia terão arquitetura ARMv8-A e suportarão até oito núcleos por grupo.
A disponibilização deve começar em 2018.
Com informações: AnandTech