99

Os rumores ganharam força em dezembro e foram confirmados nesta semana: a brasileira 99 foi comprada pela Didi Chuxing, o maior serviço de transporte por aplicativo da China. O montante desembolsado não foi revelado, mas sabe-se que, com o negócio, as operações da 99 passaram a valer mais de US$ 1 bilhão.

Com mais de 450 milhões de usuários em seu país de origem, a Didi ficou mundialmente conhecida em agosto de 2016, quando comprou as operações do Uber na China. Desde então, a companhia tem intensificado seus investimentos em empresas do ramo para marcar presença em outros países. Entre elas estão a indiana Ola e a Careem, do Oriente Médio. Em 2015, a companhia havia investido US$ 100 milhões na Lyft, principal rival do Uber nos Estados Unidos.

A relação com a 99 também começou com investimentos. Em janeiro de 2017, a Didi anunciou um acordo para injetar US$ 100 milhões na startup brasileira. Oportunamente, ambas as empresas passaram a trabalhar juntas em tecnologia, desenvolvimento de mercado e gerenciamento operacional.

Apesar de a 99 não ser muito conhecida lá fora, o negócio chamou atenção da mídia internacional porque representa o passo mais ousado da Didi em território estrangeiro. Trata-se da primeira aquisição completa da companhia fora do seu país de origem, indicando que, para a Didi, já não basta mais só ter fatias em operações já existentes.

Didi Chuxing
Didi Chuxing

Com a aquisição da 99, a Didi ganha forças para expandir a sua presença na América do Sul. O momento é propício porque a região ainda não é tão disputada no segmento de transportes por aplicativo quanto os principais países da Ásia, por exemplo.

Ainda que o valor do negócio não tenha sido relevado, certamente ele foi alto, pois inclui a aquisição de fatias que fundos como Riverwood Capital, Monashees e SoftBank têm na 99 — Lauro Jardim, no O Globo, fala em um total de US$ 960 milhões; já o New York Times cita algo em torno de US$ 600 milhões mais investimentos para expansão.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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