Disney+ terá plano com anúncios e Netflix cogita o mesmo: “nunca diga nunca”
Por ora, Netflix não pretende imitar plano do Disney+ de ter assinatura barata que exibe anúncios, mas não descarta essa possibilidade
Você toparia assistir a comerciais em troca de pagar mais barato por um plano de streaming de vídeo? Nos Estados Unidos, o Disney+ irá oferecer essa opção ainda em 2022. Mas será que essa proposta teria espaço na Netflix? Por ora, não. Mas a companhia não descarta essa possibilidade.
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Há uma boa razão para o Disney+ apelar para essa estratégia: a plataforma planeja alcançar entre 230 milhões e 260 milhões de assinantes até 2024. Trata-se de uma meta ousada, principalmente se levarmos em conta que a quantidade de serviços de streaming é tão grande nos tempos atuais que conquistar novos usuários é uma missão cada vez mais desafiadora para essas empresas.
Uma das razões para isso é o custo. Com tantas opções de streaming, usuários que têm orçamento mais limitado tendem a priorizar uma ou outra plataforma. Por outro lado, os mesmos usuários podem ser mais flexíveis quanto a isso ao se depararem com preços convidativos.
Não, mas quem sabe?
A realidade da Netflix é diferente. Com 222 milhões de usuários ativos, de acordo com os números mais recentes, a companhia está bem próxima da base de usuários que o Disney+ almeja e, portanto, não precisa adotar estratégias de mercado tão agressivas.
Mas isso não quer dizer que será assim para sempre. Em uma conferência com investidores realizada na terça-feira (8), Spencer Neumann, CFO da Netflix, confirmou que a companhia não tem planos de oferecer assinaturas complementadas com anúncios, mas não negou a possibilidade de essa ideia ser adotada um dia:
Não é como se tivéssemos uma religião contra publicidade, só para deixar claro. Mas isso não está nos nossos planos nesse momento… Nós temos um modelo de assinatura escalável muito bom e, novamente, nunca diga nunca, mas isso é algo que não está nos nossos planos [atuais].
Provavelmente, o motivo para a Netflix ser tão cuidadosa com relação a esse assunto está na suposição da empresa de que assinaturas apoiadas em anúncios publicitários são pouco rentáveis.
Nesse sentido, é de se esperar que a companhia adote esse modelo apenas se experimentar uma baixa expressiva em sua base de usuários ou tiver uma estagnação no crescimento desta.
No momento, a situação da companhia é confortável. A Netflix encerrou o último trimestre de 2021 crescendo menos do que o esperado para o período, mesmo assim, conseguiu fechar o ano com os já mencionados 222 milhões de assinantes.
Anúncios não são novidade para a Disney
Ainda não está claro quando, exatamente, o Disney+ oferecerá assinaturas suportadas por anúncios e quais mercados contarão com essa modalidade. Sabe-se apenas que essa opção é esperada para o fim de 2022 e será oferecida inicialmente nos Estados Unidos.
Um dos fatores que causam essas indefinições, provavelmente, é a necessidade de apenas anúncios condizentes com o público da plataforma serem exibidos: “é um público familiar (…), teremos muito cuidado com os anúncios que fizermos”, afirma Christine McCarthy, CFO da Disney.
De todo modo, esse não é um terreno inexplorado pela companhia. A Disney também controla as plataformas de streaming Hulu e ESPN+, e ambas têm planos com anúncios. O plano mais barato da Hulu, por exemplo, sai por US$ 6,99 por mostrar comerciais; já o plano sem publicidade custa quase o dobro: US$ 12,99.
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