Dois funcionários da Coinbase trocam anéis de casamento via NFT

Em um uso inusitado dos NFTs, casal se casa trocando tokens não fungíveis como alianças eternamente registradas no blockchain

Bruno Ignacio
• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Rebecca Rose e Peter Kacherginsky se casaram trocando NFTs como alianças (Imagem: Reprodução/Twitter)
Rebecca Rose e Peter Kacherginsky se casaram trocando NFTs como alianças (Imagem: Reprodução/Twitter)

Os NFTs, ou tokens não fungíveis, já são utilizados para incontáveis propósitos e em múltiplos mercados, da arte à música. Desta vez, esse tipo de ativo digital se tornou o símbolo do casamento entre dois funcionários da Coinbase, a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos.

Troca de alianças como NFTs

Em meados de março, Rebecca Rose e Peter Kacherginsky se casaram de acordo com a tradição judia, porém os dois incorporaram algo diferente na cerimônia. Suas alianças foram eternizadas no blockchain como tokens não fungíveis e então trocadas virtualmente durante o casamento.

Rose criou uma thread no Twitter na última sexta-feira (02) para anunciar seu casamento no blockchain. “Queríamos solidificar nossos votos de uma forma mais pessoal. Já que nós dois trabalhamos na Coinbase, Peter criou um contrato inteligente na rede da Ethereum para nosso casamento e emitiu artes digitais como tokens para nossas carteiras de criptomoedas”, ela explicou.

O nome dado aos tokens foi Tabaat, a palavra hebraica para “anel”. Assim, o artista digital Carl Jophan Hasselrot criou dois GIFs que, segundo Rose, representam formas distintas se tornando uma só, “como no casamento”. Durante a tradicional troca de alianças, eles enviaram esses NFTs para a carteira digital do outro, “registrando permanentemente no blockchain para que todos vejam a prova do comprometimento de um ao outro”.

Blockchain é “imparável”, assim como o amor

Para Rose, a imagem de anéis digitais escondida dentro dos tokens não fungíveis que estarão para sempre presentes em suas carteiras digitais seria uma “lembrança constante do laço permanente” que eles criaram.

A mensagem se aprofunda ainda mais na idealização do casal. Segundo Rose, a rede blockchain, diferentemente de objetos físicos, é eterna. “É imparável, impossível de censurar e não requer a permissão de ninguém, assim como o amor deve ser. O que poderia ser mais romântico do que isso?”, conclui.

NFTs não são necessariamente comerciais

Por mais que os tokens não fungíveis sejam alvos de opiniões divididas, suas possíveis aplicações são infinitas. Múltiplos mercados já incorporam a tecnologia e demonstraram que ela veio para ficar. Rose e Peter abriram ainda mais uma porta, evidenciando um uso pessoal e não comercial dos NFTs.

Essencialmente, esses tokens são representações de coisas, reais ou virtuais, gravadas, protegidas e autenticadas na rede blockchain, que por sua vez funciona como um livro de registros público. A tecnologia por si só é apenas uma ferramenta que permite a qualquer um registrar algo eternamente na internet.

Com informações: The Verge

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.