Energia na China é tão barata que mineração de bitcoin daria lucro mesmo com queda de 50%

O bitcoin pode perder metade do valor e os mineradores chineses ainda terão lucro

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
Criptomoeda

A China é uma potência em mineração de bitcoin: estima-se que cerca de 75% das criptomoedas sejam direcionadas para os mineradores no país. Um dos motivos para isso é que a energia elétrica é extremamente barata por lá: a mineração continuaria lucrativa mesmo se o bitcoin valesse a metade do que vale hoje, considerando a tarifa de luz mais alta possível.

De acordo com a Bloomberg, a tarifa máxima industrial de energia elétrica na China é de US$ 0,13 por kWh (kilowatt-hora) no varejo. No atacado, o preço pode cair para US$ 0,06. No entanto, como o país tem excedente de geração de energia, as empresas podem negociar tarifas de até US$ 0,03 por kWh.

Pela tarifa mais alta, gastar energia elétrica minerando bitcoin é lucrativo se a moeda estiver valendo pelo menos US$ 6.925. Com a tarifa de US$ 0,03, isso valeria a pena mesmo com o bitcoin cotado a US$ 3.869, considerando inclusive o gasto com equipamentos de mineração. Atualmente, um bitcoin é negociado a US$ 13,9 mil.

Mas a dominância da China pode não durar muito tempo. O país já proibiu a atuação de casas de câmbio e as ofertas iniciais de tokens (ICOs). Além disso, um órgão regulador exige que as autoridades ajustem os preços de eletricidade, impostos e proteções ambientais para fazer os mineradores desistirem do negócio, porque “consumiram grandes quantidades de recursos e promoveram a especulação de moedas virtuais”.

Com o cerco fechando na China, os mineradores têm aberto operações em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Singapura e Islândia.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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