A Venezuela lançou em fevereiro uma criptomoeda própria, batizada de Petro. Ela será aceita como forma de pagamento de impostos, taxas, contribuições e serviços públicos nacionais, tomando como referência o preço do barril venezuelano. O presidente Nicolás Maduro planejava arrecadar até US$ 6 bilhões de investidores dos Estados Unidos, Turquia, Qatar e outros países, mas parece que terá que rever esse número.

Nesta segunda-feira (19), o presidente Donald Trump emitiu uma ordem executiva banindo o uso de Petro. “Todas as transações relacionadas a […] qualquer moeda digital ou token digital, que foi emitida por, para ou em nome do Governo da Venezuela, em ou após 9 de janeiro de 2018, são proibidos a partir da data efetiva desta ordem”, diz o texto.

A proibição vale para qualquer pessoa americana ou que esteja em território americano. A Casa Branca considera que a oferta inicial de moedas (ICO) do Petro é uma tentativa do regime de Nicolás Maduro de contornar as sanções dos Estados Unidos e, portanto, todas as transações realizadas com a criptomoeda da Venezuela são ilegais.

O Petro foi emitido para tentar superar uma crise que vem se arrastando na Venezuela desde 2013. No ano passado, a inflação ultrapassou os 2.000% no país. A moeda oficial não vale praticamente nada: 100.000 bolívares equivalem a míseros R$ 9,87. Ainda assim, há quem invista na Venezuela: semanas após o lançamento da criptomoeda, Nicolás Maduro informou no Twitter que já havia arrecadado US$ 735 milhões.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.