Facebook está levando mais audiência para sites de notícia que o Google

Jean Prado
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• Atualizado há 5 meses

Além de uma rede social, o Facebook, ao longo dos últimos anos, passou a ser um imenso agregador de conteúdo. Não é por acaso que o último relatório divulgado pela Parse.ly, agência que monitora e pesquisa o tráfego de várias empresas de mídia, aponta que a rede social é a maior fonte de visitas para os principais sites de notícias, ficando na frente até do Google.

A pesquisa não é uma surpresa para quem acompanha o crescimento incessante do Facebook ao longo dos últimos anos. Recentemente, a rede social anunciou que bateu a marca de 1,49 bilhão de usuários ativos. Suas outras plataformas, como o WhatsApp, com 700 milhões de usuários ativos e o Messenger, com 600 milhões, se posicionam entre a terceira e a quarta “redes sociais” mais usadas do mundo, respectivamente.

Com a queda do uso de feeds RSS e outros meios de agregar notícias, o Facebook passou a gerar mais tráfego. Ao analisar cerca de 400 sites noticiosos, incluindo a gigante agência de notícias Reuters e os sites Mashable, The Atlantic e vários outros parceiros, os pesquisadores constataram que o tráfego proveniente do Facebook chega a quase 40%.

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Em segundo lugar, os sites do Google, como os vários domínios internacionais e o próprio agregador de notícias do buscador, ainda levam muitas visitas para as empresas parceiras pesquisadas. Com uma diferença enorme, o Yahoo fica em terceiro lugar com uma referência em torno de 5%, seguido do Twitter e Bing. A fonte de tráfego dos leitores RSS, como o Feedly, fica em um tímido nono lugar.

É interessante analisar, na imagem abaixo, como foi o lento crescimento do Facebook desde 2013, quando representava menos de 10% da fonte de tráfego para os sites de notícias, mas já tinha 1 bilhão de usuários ativos. Em pouco mais de dois anos, então, a rede social viu seu número de usuários ativos crescer em 50% e, consequentemente, sua referência para sites de notícias.

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Como lembra o Business Insider, o mercado de analistas de redes sociais acompanhou esse crescimento do Facebook e pode até pegar uma fatia dos especialistas em SEO. Ter um bom engajamento principalmente nas páginas do Facebook, inclusive, faz muita diferença quando sua página é a pricipal fonte de tráfego para o site.

Quando a rede social mudou recentemente o algoritmo que controla a exibição das publicações, sites como BuzzFeed, The New York Times e Daily Mail perceberam uma grande queda no tráfego. Por esse lado, é preocupante que as visitas de sites de notícias fiquem na mão de algumas linhas de código que o Facebook está sempre mudando. A pesquisa completa, que também fala sobre o uso das tags e metadados, pode ser acessada aqui.

Facebook também é importante para vendas

Segundo outro relatório, desta vez divulgado pelo BI Intelligence, o Facebook também exerce influência em sites de e-commerce. Cerca de dois terços do tráfego desse tipo de site vem da rede social de Zuckerberg, que também é responsável por 64% da receita proveniente de redes sociais. Não é à toa que o Facebook vem se adaptando com botões de compra em propagandas e transformando o Messenger em uma plataforma.

Além de uma grande fonte de referência, chega a ser curioso notar como a rede social reinventa suas outras formas de exibir e criar conteúdo. O próprio Instant Articles, que a rede social pretende trazer para o Brasil, exibe notícias de outros sites sem te levar para fora do aplicativo. A última atualização do Facebook Notes, por exemplo, também mostra como a rede social quer ter mais conteúdo próprio.

De qualquer forma, é interessante observar como o crescimento do Facebook e suas novas maneiras de trabalhar com conteúdo afetam inúmeras áreas do mercado, desde a criação de notícias até as referências de tráfego. Resta-nos acompanhar quais serão os efeitos desse englobamento.

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Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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