Facebook coloca grupos de fake news em quarentena de dois meses

No período, administradores de alguns grupos do Facebook deverão aprovar cada post para evitar novas violações de regras

Victor Hugo Silva
• Atualizado há 3 anos
Facebook (Imagem: Max Pixel)
Facebook (Imagem: Max Pixel)

O Facebook adotou uma nova medida nos Estados Unidos para tentar limitar a desinformação relacionada a temas políticos, como a eleição presidencial. Alguns grupos públicos e privados considerados como problemáticos pela plataforma estão sendo obrigados a passar por uma espécie de quarentena durante 60 dias.

Nesse período, os moderadores deverão aprovar cada post criado pelos outros membros do grupo. O Facebook decide quem deverá adotar a prática e não oferece a opção de recurso. A ideia é avaliar como administradores estão se saindo para reduzir violações de regras na comunidade. Caso a quarentena não melhore a situação, o grupo poderá ser banido.

O porta-voz do Facebook, Leonard Lam, afirmou o Washington Post que a plataforma quer “proteger as pessoas durante esse tempo sem precedentes”. “Estamos temporariamente exigindo que administradores e moderadores de alguns grupos políticos e sociais nos EUA aprovem todos os posts, se o grupo tiver várias violações dos Padrões da Comunidade por parte dos membros”, explicou.

Desinformação eleitoral no Facebook

Esta não foi a única medida adotada pelo Facebook para reduzir a desinformação no período eleitoral. A plataforma já havia anunciado que impediria a veiculação de anúncios políticos após o fechamento das urnas e que sinalizaria publicações de candidatos com alegações indevidas de vitória. A rede social também dificultou buscas por termos que questionam a legitimidade da eleição.

Na quinta-feira (5), um grupo foi removido por conta de “chamadas preocupantes de violência” e tentativas de deslegitimar o processo eleitoral. Com cerca de 360 mil membros, o grupo chamado de “Stop The Steal” (ou “pare o roubo”) convocava seus integrantes a realizarem protestos após apontar, sem evidências, que o então candidato democrata à presidência, Joe Biden, havia participado de uma fraude para se eleger.

Antes, o Facebook já havia anunciado que seria mais rígido com grupos sobre a teoria da conspiração QAnon. A plataforma removeu em agosto cerca de 1.500 páginas e grupos mais problemáticos sobre o tema e, em outubro, anunciou que removeria todas as páginas e os grupos sobre a teoria, “mesmo que não contenham conteúdo violento”.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.