A cada dia que passa, o Facebook se envolve em um novo escândalo de privacidade. O mais recente deles envolve a permissão de acesso a dados privados concedida para empresas como Nissan e Royal Bank of Canada (RBC Capital Markets).
Segundo o Wall Street Journal, o Facebook deu às companhias “acesso especial aos dados dos usuários”. Elas conseguiam acessar os dados de amigos dos usuários mesmo depois de maio de 2015, quando a rede social limitou a atividade de desenvolvedores e impediu o uso de informações de terceiros.
Os acordos eram conhecidos como “whitelists” e permitiam que certas companhias mantivessem seus apps no ar mesmo após as novas imposições. Com a permissão, elas tinham acesso a dados como número de telefone e um índice chamado de link de amizade, que indica o nível de proximidade que uma pessoa tinha com seus amigos.
A permissão extra era dada para empresas que investiam altos valores em anúncios ou que, por algum motivo, eram valorizadas pelo Facebook. A reportagem indica que os acordos foram além dos realizados com fabricantes de dispositivos, revelado há cerca de uma semana pelo New York Times.
O Facebook afirma que os dois tipos de negociações serviram para melhorar a experiência dos usuários e para os desenvolvedores testarem novos recursos. De acordo com Ime Archibong, vice-presidente de parcerias de produto do Facebook, os acordos chegaram a durar alguns meses, mas foram encerrados.
“Em 2014, os desenvolvedores receberam um ano para mudar para versão mais nova e restrita da API”, disse o executivo. “Alguns desenvolvedores, incluindo Nissan e RBC, pediram uma pequena extensão – e essas extensões terminaram há vários anos”.
“Qualquer novo ‘negócio’, como o WSJ os descreve, envolveu a capacidade das pessoas de compartilhar as listas de amigos mais amplos – não as informações particulares desses amigos, como fotos e interesses”, completou.
Mais uma vez, o Facebook não revelou a lista completa de empresas que tiveram acesso à permissão. E, novamente, há o questionamento se a empresa violou um acordo de 2011 com a FTC (Comissão Federal de Comércio), que exige o consentimento dos usuários para a rede social compartilhar informações além do permitido.
Com informações: Ars Technica.