Facebook remove 22,5 milhões de posts com discurso de ódio
Sob forte pressão de marcas e usuários, rede social reforça tecnologia para moderação de conteúdo
Sob forte pressão de marcas e usuários, rede social reforça tecnologia para moderação de conteúdo
O Facebook removeu 22,5 milhões de posts com discurso de ódio entre os meses de abril e junho de 2020 – número que dobrou em relação ao primeiro trimestre deste ano. O aumento é devido à melhoria da tecnologia de automação da plataforma, que agora consegue atuar de forma mais ampla sobre conteúdo em inglês, espanhol e birmanês.
De acordo um relatório divulgado pela rede social nesta terça (11), 95% das publicações removidas por violarem as políticas sobre discurso de ódio foram identificadas de forma proativa. Isto é, sem a necessidade de alerta por parte dos usuários.
O número de posts removidos para combater esse tipo de conteúdo no Instagram também subiu: de 808,9 mil, no primeiro trimestre, para 3,3 milhões no segundo – o que foi impulsionado pela expansão das tecnologias de detecção proativa em inglês e espanhol.
Em contrapartida, o relatório revela queda no número de posts analisados por conter mensagens de suicídio e automutilação. “Com menos revisores de conteúdo [devido à Covid-19], removemos um número menor de conteúdos relacionados a automutilação e suicídio no Facebook e no Instagram, e relacionados a nudez infantil e exploração sexual de crianças no Instagram. Apesar dessas reduções, priorizamos e tomamos medidas sobre conteúdos mais graves dentro dessas categorias”, explica o Facebook.
A empresa anuncia ainda uma atualização em suas políticas, incluindo tipos mais específicos de discurso de ódio. Como exemplo para a mudança, o Facebook citou o combate ao conteúdo de teor racista blackface e a estereótipos sobre judeus.
“Desde outubro de 2019, conduzimos 14 desmembramentos estratégicos de rede para remover 23 diferentes organizações banidas, das quais mais da metade apoiavam a supremacia branca”, informa o relatório.
O report do Facebook passou a ter frequência trimestral após os boicotes sofridos em protesto aos posts nocivos que inundaram a rede social nos últimos tempos, mas não contempla algumas questões mais polêmicas – como uma resposta à reportagem da NBC News que expõe grupos e páginas dedicados à QAnon, uma organização conspiracional de extrema direita.
Cabe lembrar que a moderação de conteúdo por parte de empresas de tecnologia é um assunto em alta no Brasil. Por aqui, a pauta é abordada pelo PL 2630/2020 (ou PL das fake news), em discussão no Congresso, que deve avançar com maior rapidez, de acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Com informações: Bloomerg e Facebook
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