Ferramenta promete “dedurar” textos gerados com ChatGPT

Chamado de GPTZero, o aplicativo foi criado por um estudante de Princeton, e, em uma semana no ar, já teve mais de 30 mil acessos

Paula Alves
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Inteligência artificial (Imagem: Pexels / Foto de Tara Winstead)

“Os seres humanos merecem saber a verdade.” Essa é a frase que abre o site do GPTZero, aplicativo criado pelo estudante de ciência da computação, Edward Tian, e que diz conseguir detectar se um artigo foi escrito por uma pessoa de carne e osso ou gerado automaticamente pelo ChatGPT. Disponível gratuitamente para qualquer usuário, ele tem feito especial sucesso entre professores.

Lançado no último dia 2 de janeiro, o GPTZero possui uma estética simples, tal qual a do próprio chatbot da OpenAI.

Funcionando de maneira bastante intuitiva, ele necessita apenas que o usuário cole o texto a ser investigado na caixa que aparece em sua página. Em seguida, ele traz um relatório detalhado da análise do artigo, contando, inclusive, com a ajuda de um gráfico para mostrar a avaliação separada de cada sentença.

Por fim, ao descer a barra de rolagem e clicar no botão de resultado, o usuário tem então uma resposta mais “definitiva” daquilo que quer saber, descobrindo se o texto foi escrito ou não pelo modelo de IA.

No vídeo abaixo postado por Tian é possível ver, na prática, como a ferramenta funciona.

Quais elementos o GPTZero avalia

Há dois principais elementos avaliados pelo GPTZero para que ele defina se um texto foi ou não criado pelo ChatGPT.

O primeiro deles se chama “perplexidade” e nada mais faz do que analisar a complexidade de uma escrita. De maneira simples, podemos dizer que, quanto mais difícil for para a ferramente decifrá-la, mais chances ela tem de ter sido criada por um ser humano, já que textos criados por inteligências artificiais tendem a ser mais facilmente lidos pelo aplicativo.

Além disso, o GPTZero também avalia o chamado “estouro” do texto, um componente que mede quão uniformes são as sentenças que aparecem naquele artigo.

Na prática, isso quer dizer que a ferramenta consegue observar se as frases daquela publicação são ora mais curtas e ora mais compridas, sem um “tamanho padrão”. Em caso afirmativo, isso tende a mostrar que uma pessoa foi de fato quem as escreveu, já que textos gerados pelo chatbot costumam ter tamanhos mais regulares.

Aplicativo fez sucesso entre professores

Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Apesar de não ser infalível, o aplicativo tem feito sucesso, especialmente entre professores. Segundo Tian, em entrevista ao National Public Radio, os educadores o têm procurado para contar sobre as respostas positivas que alcançaram ao utilizar a ferramenta.

Exatamente por isso, no próprio site do GPTZero, foi disponibilizada uma lista de espera para profissionais interessados da área, já que existe a promessa de uma solução personalizada para aqueles que queiram adotar de forma responsável as tecnologias de IA nas escolas.

Além disso, a ferramenta parece ter despertado a curiosidade até mesmo do público comum, que, desde o seu lançamento, rendeu mais de 30 mil acessos ao aplicativo, causando instabilidade no projeto.

Apesar da ajuda da Streamlit, plataforma gratuita em que o app foi hospedado e que ofereceu mais recursos para o desenvolvedor conseguir manter o GPTZero disponível, até o momento dessa reportagem o site ainda apresentava problemas de conexão.

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Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.

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