Ferramenta promete “dedurar” textos gerados com ChatGPT
Chamado de GPTZero, o aplicativo foi criado por um estudante de Princeton, e, em uma semana no ar, já teve mais de 30 mil acessos
Chamado de GPTZero, o aplicativo foi criado por um estudante de Princeton, e, em uma semana no ar, já teve mais de 30 mil acessos
“Os seres humanos merecem saber a verdade.” Essa é a frase que abre o site do GPTZero, aplicativo criado pelo estudante de ciência da computação, Edward Tian, e que diz conseguir detectar se um artigo foi escrito por uma pessoa de carne e osso ou gerado automaticamente pelo ChatGPT. Disponível gratuitamente para qualquer usuário, ele tem feito especial sucesso entre professores.
Lançado no último dia 2 de janeiro, o GPTZero possui uma estética simples, tal qual a do próprio chatbot da OpenAI.
Funcionando de maneira bastante intuitiva, ele necessita apenas que o usuário cole o texto a ser investigado na caixa que aparece em sua página. Em seguida, ele traz um relatório detalhado da análise do artigo, contando, inclusive, com a ajuda de um gráfico para mostrar a avaliação separada de cada sentença.
Por fim, ao descer a barra de rolagem e clicar no botão de resultado, o usuário tem então uma resposta mais “definitiva” daquilo que quer saber, descobrindo se o texto foi escrito ou não pelo modelo de IA.
No vídeo abaixo postado por Tian é possível ver, na prática, como a ferramenta funciona.
Há dois principais elementos avaliados pelo GPTZero para que ele defina se um texto foi ou não criado pelo ChatGPT.
O primeiro deles se chama “perplexidade” e nada mais faz do que analisar a complexidade de uma escrita. De maneira simples, podemos dizer que, quanto mais difícil for para a ferramente decifrá-la, mais chances ela tem de ter sido criada por um ser humano, já que textos criados por inteligências artificiais tendem a ser mais facilmente lidos pelo aplicativo.
Além disso, o GPTZero também avalia o chamado “estouro” do texto, um componente que mede quão uniformes são as sentenças que aparecem naquele artigo.
Na prática, isso quer dizer que a ferramenta consegue observar se as frases daquela publicação são ora mais curtas e ora mais compridas, sem um “tamanho padrão”. Em caso afirmativo, isso tende a mostrar que uma pessoa foi de fato quem as escreveu, já que textos gerados pelo chatbot costumam ter tamanhos mais regulares.
Apesar de não ser infalível, o aplicativo tem feito sucesso, especialmente entre professores. Segundo Tian, em entrevista ao National Public Radio, os educadores o têm procurado para contar sobre as respostas positivas que alcançaram ao utilizar a ferramenta.
Exatamente por isso, no próprio site do GPTZero, foi disponibilizada uma lista de espera para profissionais interessados da área, já que existe a promessa de uma solução personalizada para aqueles que queiram adotar de forma responsável as tecnologias de IA nas escolas.
Além disso, a ferramenta parece ter despertado a curiosidade até mesmo do público comum, que, desde o seu lançamento, rendeu mais de 30 mil acessos ao aplicativo, causando instabilidade no projeto.
Apesar da ajuda da Streamlit, plataforma gratuita em que o app foi hospedado e que ofereceu mais recursos para o desenvolvedor conseguir manter o GPTZero disponível, até o momento dessa reportagem o site ainda apresentava problemas de conexão.