O que uma empresa pode fazer quando um produto explode nas mãos dos consumidores, passa por um recall mundial e continua pegando fogo? A Samsung tomou a medida drástica que todos esperávamos: na noite de segunda-feira (10), a fabricante interrompeu a produção do Galaxy Note 7 e recomendou a todos os usuários que desliguem o smartphone imediatamente.
A Samsung diz que está investigando os recentes casos de explosão do Galaxy Note 7, que incluem unidades substituídas pelo recall e, em teoria, não deveriam apresentar problemas. Na semana passada, um aparelho supostamente seguro pegou fogo dentro de um avião da Southwest Airlines, resultando na evacuação da aeronave e cancelamento do voo. Ninguém ficou ferido. Outros casos de smartphones explosivos já trocados pela Samsung foram registrados nos Estados Unidos e Taiwan.
Em comunicado, a Samsung recomenda: “os consumidores que possuem um Galaxy Note 7 original ou um Galaxy Note 7 substituído devem desligar e parar de usar o dispositivo”. É uma decisão bastante enérgica: mesmo as unidades consideradas inseguras não foram desabilitadas pela Samsung; em vez disso, a empresa liberou uma atualização de software que apenas limitava a carga da bateria em 60%, forçando o consumidor a trocar o aparelho.
As vendas do Galaxy Note 7 também foram interrompidas em todo o mundo. “A segurança dos consumidores é a nossa maior prioridade, e por isso, a Samsung pede a todas as operadoras, parceiros e varejistas globais que interrompam as vendas e trocas do Galaxy Note 7 enquanto as investigações estão em andamento”, diz a empresa.
Nos Estados Unidos, as quatro grandes operadoras (AT&T, Verizon, T-Mobile e Sprint) pararam de vender o Galaxy Note 7. A varejista Best Buy também interrompeu a comercialização do aparelho. Desde o início da semana, os consumidores norte-americanos não podem mais adquirir o smartphone, nem trocar uma unidade perigosa por uma “segura”. Quem já havia comprado um Galaxy Note 7 pode trocá-lo por outro modelo ou receber o dinheiro de volta.
Por aqui, a Samsung ressaltou mais uma vez que o produto “ainda não foi comercializado no Brasil”. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia emitido um comunicado sugerindo que “passageiros e tripulantes não liguem nem recarreguem esse modelo dentro de suas aeronaves, até que a substituição dos modelos defeituosos seja realizada pela fabricante”. Agora que até os modelos substituídos estão pegando fogo, talvez vejamos uma atualização nessa recomendação.
Em nota ao TechCrunch, a Samsung confirmou nesta terça-feira (11) que a produção do Galaxy Note 7 foi permanentemente interrompida. Já era.
Qual será o futuro da linha Note?
Atualizado às 9h09 para confirmar que o Galaxy Note 7 foi descontinuado.