Getty Images processa criadores do Stable Diffusion por violar direitos autorais
Banco de imagens acusa empresa de utilizar fotos de seus arquivos para gerar imagens; Stable Diffusion gera imagens com a marca d’água do serviço de fotografia
Banco de imagens acusa empresa de utilizar fotos de seus arquivos para gerar imagens; Stable Diffusion gera imagens com a marca d’água do serviço de fotografia
A Getty Images, um dos mais famosos banco de imagens do mundo, está processando a Stability AI, empresa responsável pela Stable Diffusion — inteligência artificial que gera imagens com base em arquivos buscado na internet. Segundo a Getty Images, a Stability IA está violando os seus direitos autorais ao gerar conteúdo com base em fotos publicadas no seu banco de imagens. Em alguns casos, a marca d’água da Getty aparece nos conteúdos.
Com a popularização dessas inteligências artificiais que geram fotos a partir de imagens da internet, o debate sobre direitos autorais e valorização do trabalho de artistas reais cresce. Em dezembro, artistas realizaram protestos contra imagens geradas por IA no ArtStation, site que reúne conteúdo de criadores.
No seu site, a Getty Images publicou um comunicado informando os motivos que a levou a processar a Stability IA. Além da já citada violação de direitos autorais, o banco de imagens acusa a empresa de tecnologia de prejudicar financeiramente os criadores de conteúdos que possuem material na plataforma da Getty.
No comunicado, a Getty também relata que acredita no potencial que a inteligência artificial tem de estimular projetos criativos. A empresa usa como o exemplo a licença que ela fornece (paga) às empresas de tecnologia e que respeitam as propriedades intelectuais de artistas. A Getty encerra o texto afirmando que em nenhum momento a Stability IA procurou obter a licença.
Independente da sua opinião sobre os valores da Getty Images, a verdade é que é as imagens geradas pela Stable Diffusion são um exemplo de “o barato saiu caro”. Para ilustrar a matéria, tentei buscar imagens usando “Getty Images” no texto — o objetivo era que elas fossem geradas com a marca d’água. Não consegui isso (o The Verge, sim). Porém, os resultados foram bizarros — e assustadores, como visto na imagem acima do sorriso macabro da Rainha Elizabeth II.
A Getty Images fornece licenças de uso para empresas e “vende” fotos avulsas. Os preços são caros para o cidadão comum, até porque não são o público-alvo. Já o Stable Diffusion gera imagens por um total de US$ 0, o mesmo que R$ 0 em conversão direta (é uma piadinha).
Por esse preço, não tem muito o que reclamar. Todavia, se você quiser uma imagem de alguma ação, algo em movimento, é melhor deixar a imagem em uma resolução que os defeitos sejam quase imperceptíveis.
Por exemplo, uma imagem do marido da Giselle Tom Brady. Por ser um atleta popular e com fotos na Getty Images, tentei usar buscar uma foto do jogador com a marca d’água do banco de imagens. Não consegui, mas o resultado foi “cômico”. A IA ainda não é capaz de formar perfeitamente uma imagem realista com membros em movimento e tem dificuldades de identificar objetos. Até achei que os defeitos eram medidas para proteger os direitos autorais, mas o Stable Diffusion não possui nenhuma ferramenta contra isso — ele apenas diz se isenta da culpa.
No geral, o melhor uso para esses tipos de serviços de IA é buscando por ilustrações. Contudo, o problema é o mesmo que sofre a Getty Images: violação de direitos autorais. E ainda temos o questionamento de quem, de fato, é o responsável pela arte. A IA pode gerar uma “nova imagem”? Ou ela apenas faz um plágio do que vê na internet?