Artistas inundam ArtStation com protestos contra imagens geradas por IA
Protestos de artistas contra espaço dado a imagens criadas por inteligência artificial também ganham as redes sociais
Protestos de artistas contra espaço dado a imagens criadas por inteligência artificial também ganham as redes sociais
O que antes não passava de reclamações em fóruns e redes sociais, agora é uma manifestação. Na terça-feira (13), artistas que divulgam suas obras na ArtStation iniciaram uma campanha contra a abertura que a plataforma tem dado para artes geradas por inteligência artificial (IA). O resultado é uma sequência de imagens de protesto ocupando a página inicial da comunidade.
Criada originalmente por Alexander Nanitchkov, a imagem da campanha tem os seguintes dizeres: “no to AI generated images” (“não às imagens geradas por IA”).
De acordo com o Kotaku, a manifestação foi iniciada pelos artistas Nicholas Kole e Imogen Chayes, e ganhou força em questão de horas. Pudera: a ArtStation é uma das maiores comunidades da internet para desenhistas, ilustradores e afins.
A web ficou repleta de imagens geradas artificialmente depois do surgimento de ferramentas como Dall-E 2, Stable Diffusion e Midjourney. Todas são baseadas em mecanismos de inteligência artificial que, treinados com milhões de imagens, podem gerar artes em poucos segundos.
Tudo o que o usuário precisa fazer é digitar uma frase ou uma combinação de palavras para que a IA gere imagens correspondentes. Muitas delas não fazem sentido — é isso o que torna essas ferramentas divertidas para muita gente. No entanto, é possível gerar artes impressionantes com os ajustes certos.
Como a imagem de protesto foi replicada em larga escala, a ArtStation criou uma página de ajuda para dar o seu posicionamento sobre artes geradas por IA. Mas a explicação não agradou aos artistas incomodados com essa “moda”.
Basicamente, a plataforma diz que o usuário deve publicar trabalhos de sua propriedade ou autorizados pelo autor original. Mas as suas diretrizes não impedem que a IA seja usada como ferramenta para isso.
Também há artistas preocupados sobre o uso indiscriminado de seus acervos para treinamento das ferramentas de inteligência artificial. Sobre isso, a ArtStation anunciou o plano de adicionar tags (etiquetas) à plataforma para o artista indicar se a sua obra pode ser usada por IAs.
Se positivo, o artista poderá decidir se a definição vale para ferramentas de IA comerciais ou somente não comerciais. Se negativo, a política de uso da plataforma terá termos específicos para validar a proibição.
A ArtStation também reforçou que não tem acordos com empresas que fazem extração de imagens e que não licencia o conteúdo de seus usuários a terceiros.
O assunto ainda vai render muitas discussões. Enquanto algumas plataformas já baniram ou restringiram imagens geradas por IA, outras tentam evitar decisões radicais, a exemplo da própria ArtStation.
Para os artistas, um dos aspectos em jogo é a perda de espaço de suas obras para artes que, por serem geradas via computação, são criadas rapidamente e em grandes volumes.
Mas, sim, o cenário em que a IA “rouba” empregos de artistas também vem sendo considerado. Essa possibilidade já preocupa até profissionais de animes e mangás.
Enquanto isso, o movimento “no to AI generated images” ganha força. Além da ArtStation, artistas têm protestado contra imagens geradas por IA nas redes sociais com hashtags como #notoaiart e #saynotoaiart.
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