O Google sabe que você tem filhos e vai usar isso para vender anúncios
Os anunciantes que utilizam a ferramenta de publicidade do Google, o AdWords, vão perceber nos próximos dias a presença de um novo filtro deveras interessante: direcionar as propagandas para homens e mulheres que possuem filhos. Nada de focar em pessoas sem descendentes, portanto. A novidade imediatamente levantou o alerta sobre o que mais o Google sabe sobre nós.
Spoiler: tudo.
A gente utiliza o buscador para ler emails, assistir vídeos, pesquisar, possivelmente até para falar com amigos e parentes. Não é de se estranhar que o Google use isso para ganhar mais dinheiro online – é desta forma que financiam as próprias atividades.
Em resposta ao site da Wired inglesa, o Google informou que desde 2009 sabe inferir se os usuários cadastrados possuem filhos. A diferença é que agora os anunciantes poderão direcionar as campanhas diretamente para o público de papais e mamães espalhados pelo mundo.
Aqui neste Tecnoblog nós publicamos recentemente um artigo bastante completo sobre mineração de dados. Em resumo, trata-se de explorar grandes quantidades de dados para encontrar padrões consistentes. Podem ser, por exemplo, padrões de comportamento. O Google utiliza a análise comportamental para dizer que possui filhos um homem que olhou o mapa da Disney, pesquisou aluguel de carro utilitário para quatro pessoas e depois assistiu vídeos sobre férias em família no YouTube. A partir daí, o céu é o limite em termos de como bombardeá-lo com os mais variados tipos de propaganda.
CEO de uma empresa de software de marketing, Larry Kim disse que a ferramenta é “animadora” para o pessoal do setor. Entretanto, também levantou questionamento sobre até que ponto pode ir a capacidade de granularidade do Google. “Até onde isto vai? Ideologias políticas, talvez. Quero dizer, não há realmente limite para o que eles potencialmente são capazes de fazer.” As declarações foram em entrevista à Wired UK.
O Google disse que não permite que os anúncios sejam direcionados a categorias “mais sensíveis” de consumidores. Eles citam como exemplo: saúde, raça ou sexualidade.
É o fim da privacidade? Não sei dizer. Mas decerto os computadores do Google, entre outras empresas de internet (oi, Amazon!), estão cada vez mais espertos para te oferecer produtos que talvez você nem sequer esteja interessado em comprar. Não vai ser um “Limpar histórico” no navegador que mudará isto.
Leia | Como evitar compartilhar seus dados pessoais com o Google