O que já sabemos do Fuchsia, o novo sistema operacional do Google
O Google está trabalhando em outro sistema operacional. Descoberto no último final de semana, o Fuchsia ainda não foi revelado oficialmente, mas o código-fonte já está disponível no GitHub. Pela documentação, é possível saber que o Fuchsia será capaz de rodar em smartphones e computadores mais poderosos. E olha que curioso: diferente do Android e do Chrome OS, ele não é baseado no Linux.
O Android Police, que analisou o código-fonte do Fuchsia, descobriu que ele é baseado no kernel Magenta. Esta página do Google diz que o Magenta deriva do LK, um núcleo que normalmente é utilizado em dispositivos simples, com baixa capacidade de hardware e tarefas bem definidas. Pense em algo como um roteador ou um painel de entretenimento automotivo, por exemplo.
No entanto, o kernel Magenta “tem como alvo os smartphones e computadores modernos com processadores rápidos, quantidades não triviais de RAM com periféricos arbitrários fazendo computação aberta”. E ele traz diferenças bem relevantes em relação ao LK, como a capacidade de suportar contas de usuário e funções de segurança, como permissões, o que permitiria ao Google construir um sistema operacional completo. Uia!
Também foi descoberto que o Fuchsia é programado em Dart (uma linguagem criada pelo Google), tem interface construída com Flutter (que permite desenvolver aplicativos de Android e iOS aproveitando o mesmo código) e traz um motor de renderização chamado Escher (que suporta sombras, reflexos e outros efeitos visuais bastante utilizados no Material Design).
Não sabemos exatamente para que servirá o Fuchsia, mas faz um tempão que estamos lendo sobre uma possível fusão entre Android e Chrome OS. Fazendo um paralelo com o que temos hoje, a proposta do kernel Magenta me lembra o Windows 10 — e o Google é a única das três grandes empresas de tecnologia que ainda não tem um ecossistema maduro nos smartphones e nos PCs. Será que o Fuchsia é o que estamos pensando?
O Fuchsia está inicializando “razoavelmente bem” em máquinas como o Acer Switch Alpha 12, um notebook híbrido que lembra o Surface e tem hardware respeitável, com tela de 12 polegadas (2160×1440 pixels), processador Intel Core i5-6200U ou i7-6500U e 8 GB de RAM. Ao mesmo tempo, é esperado que o Fuchsia também funcione no Raspberry Pi 3, que possui capacidade de processamento bem menor.
Descobriremos mais sobre o Fuchsia em breve — ou não, já que sempre existe a possibilidade do projeto ser cancelado pelo Google sem ver a luz do dia. Se quiser fuçar no novo sistema operacional, você já pode compilar o Fuchsia para processadores ARM de 32 ou 64 bits ou x86 de 64 bits (ou seja, ele muito provavelmente roda no seu smartphone ou computador atual).