Google libera IA generativa em português do Brasil para Gmail e Docs

"Ajude-me a Escrever" usa Gemini para resumir e-mails, montar respostas e criar relatórios; recurso está disponível no Workspace e Google One AI Premium

Ana Marques

(Direto de São Paulo) O Google liberou a integração do Gemini, sua ferramenta de inteligência artificial multimodal, com o Gmail e o Docs para usuários no Brasil nesta terça-feira (11). Agora, o assistente compreende e gera textos complexos em português por meio do recurso “Ajude-me a Escrever”.

Para aproveitar a tecnologia, é necessário ter uma conta do Workspace ou assinar o Google One AI Premium, que custa R$ 96,99/mensais.

O anúncio foi realizado oficialmente durante o Google for Brasil, evento anual que apresenta soluções e iniciativas voltadas para o mercado nacional. De acordo com a empresa, devido à grande importância do mercado brasileiro (e da América Latina), o português e o espanhol são os dois primeiros idiomas a receberem a integração depois do inglês.

Gemini resume histórico de e-mails e cria respostas personalizadas

As sugestões de respostas no Gmail são velhas conhecidas dos usuários. Mas a integração com o Gemini leva a experiência com inteligência artificial para o próximo nível. Agora, o assistente pode ler e resumir os principais tópicos de uma troca de e-mails com diversas mensagens, destacando as próximas ações e sugerindo respostas complexas, baseadas no contexto oferecido.

E não para por aí: o “Ajude-me a Escrever” também pode usar os poderes do Gemini para mudar o tom da escrita, deixando o texto mais casual ou formal, a depender da necessidade. Também é possível alterar o idioma rapidamente para conversar com pessoas de diferentes países.

Recurso Ajude-me a Escrever no Gmail gera textos a partir de comandos fornecidos por usuário
Recurso Ajude-me a Escrever no Gmail gera textos a partir de comandos fornecidos por usuário (Imagem: Reprodução/Google)

Em uma apresentação prévia para jornalistas, Marco Túlio Pires, líder do Google News Lab no Brasil, explicou que o Gemini é especialmente bom em tarefas de tradução devido à sua origem no Transformer (2017) — modelo de deep learning projetado inicialmente pelo time que cuidava do Google Tradutor —, mas reiterou que a tecnologia não deve ser usada como fonte de informação, devido às alucinações.

Integração do Gemini com Google Docs ajuda a formatar textos, criar roteiros e mais

No Google Docs, a função “Quero ajuda para escrever” ativa uma caixa de diálogo na qual os usuários podem inserir prompts para gerar desde tópicos com ideias para textos, baseadas em um material prévio, até artigos completos com a formatação de sua preferência.

Assim como no Gmail, é possível definir o tom, expandir temas (detalhando tópicos) e pedir justificativas para as informações fornecidas, o que ajuda a checar a veracidade dos dados com maior agilidade.

Recurso Ajude-me a Escrever gera textos com base em comandos fornecidos pelo usuário no Google Docs
Recurso Ajude-me a Escrever gera textos com base em comandos fornecidos pelo usuário no Google Docs (Imagem: Reprodução/Google)

Gemini 1.5 Pro chega ao painel lateral do Workspace

Para completar os anúncios relacionados à IA generativa, o Google comunicou a chegada do Gemini 1.5 Pro ao painel lateral dos aplicativos do Workspace para usuários no Brasil. Ainda em inglês, a tecnologia está disponível para usuários do Workspace Labs, do Gemini para Workspace Alpha e no plano Google One AI Premium.

Apresentado em fevereiro de 2024, o Gemini 1.5 traz melhorias em desempenho, ampliando a capacidade de resposta e fornecendo maior clareza frente comandos mais longos. Isso se dá devido à arquitetura Mixture of Experts (MoE), que usa apenas partes específicas do modelo de linguagem para solucionar problemas, otimizando seu funcionamento.

Ana Marques viajou para São Paulo a convite do Google.

Leia | O que é o Google Gemini? Entenda para que serve e como funciona a IA do Google

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.