Grindr é vendido por dono chinês após acusações dos EUA
Grindr pertence à chinesa Beijing Kunlun, mas governo dos EUA disse que isso representa "ameaça à segurança nacional"
Grindr pertence à chinesa Beijing Kunlun, mas governo dos EUA disse que isso representa "ameaça à segurança nacional"
O Grindr tem uma história tão curiosa que até virou assunto da série Silicon Valley na HBO: o aplicativo foi vendido para a chinesa Beijing Kunlun, mas o governo dos EUA considerou a aquisição como uma ameaça à segurança nacional. Agora, o app de encontros para gays está indo de volta para mãos americanas.
A Beijing Kunlun diz à Reuters que concordou em vender o Grindr por cerca de US$ 608 milhões para uma empresa com sede nos EUA, a San Vicente Acquisition Partners. Um de seus investidores é James Lu, ex-executivo do Baidu, mas o grupo é “totalmente detido e controlado por americanos”, segundo o TechCrunch.
Em 2016, a Kunlun adquiriu participação majoritária no Grindr por US$ 93 milhões, e comprou o restante da empresa dois anos depois. Nenhuma dessas transações foi levada para análise da CFIUS (Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos).
Este comitê decidiu que a venda do Grindr para uma companhia com sede em Pequim constituía uma ameaça à segurança nacional dos EUA. O app tem 27 milhões de usuários ativos por mês e se descreve como a maior rede social para a comunidade LGBTQ.
No ano passado, a Reuters revelou que a Kunlun permitiu que seus engenheiros na China acessassem dados pessoais de milhões de americanos, incluindo mensagens privadas e status de HIV.
A aquisição do Grindr pela San Vicente Acquisition Partners terá que passar por análise da CFIUS, e deve ser concluída até junho de 2020.
Em Silicon Valley, o Grindr é mencionado duas vezes. Erlich Bachman, um dos principais personagens até a 4ª temporada, tinha uma “pequena porcentagem” da empresa.
E a complicação com a CFIUS foi citada no episódio Blood Money da 6º temporada: isso se tornou a saída para que a corporação fictícia Hooli não fosse transferida do Vale do Silício para a Geórgia, na Europa Oriental — ela tinha dados que poderiam comprometer a segurança nacional.