Hackers vazam até passaporte de apresentadora da Record após invasão

Planilhas de faturamento e processos trabalhistas da Record também apareceram em site de grupo hacker responsável por ataque à emissora

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Sede da Record
Sede da Record (Imagem: Divulgação / Record TV)

O ataque hacker à Record ficou mais grave neste domingo (16). O grupo responsável pelo sequestro dos dados da empresa começou a divulgar informações roubadas, como documentos de apresentadores, planilhas de faturamento e processos trabalhistas.

Segundo o site Livecoins, o grupo BlackCat/Alphv, que está por trás da ação, publicou oito arquivos confidenciais da Record e promete mais em breve.

Entre os documentos, estão o passaporte da apresentadora Ana Hickmann, uma sentença da Justiça do Trabalho, um extrato da B3 (bolsa de valores de São Paulo), uma planilha com pagamentos feitos por anunciantes e outra, pelo Governo Federal.

Como observa o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, estes vazamentos mostram que o problema é mais sério do que se pensava.

Em um primeiro momento, a hipótese era de que apenas vídeos de reportagens e programas de estúdio haviam sido afetados. E a situação pode ser ainda pior: os hackers podem ter acesso a e-mails trocados pelos funcionários, inclusive pela cúpula da emissora.

Prazo para resgate venceu no sábado (15)

As informações foram divulgadas pelos hackers um dia depois do ultimato dado à Record. Os invasores pediram o pagamento de US$ 5 milhões em bitcoins para devolver os arquivos sequestrados. A quantia deveria ser transferida até 13h50 do sábado (15).

Segundo o Livecoins, o BlackCat/Alphv diz que as empresas que estão em seu site não cooperaram com o grupo e tentaram esconder os ataques. Sobre o vazamento da Record em específico, o grupo diz estar procurando clientes para vender os dados na darknet.

Ataque hacker deixou programas da Record fora do ar

A ação dos hackers ocorreu no dia 8 de outubro. O ataque foi do tipo ransomware, quando os arquivos de um sistema são “sequestrados” usando criptografia e ficam inacessíveis até o pagamento de um resgate.

Com vídeos de reportagens inacessíveis, a Record teve que tirar o programa Fala Brasil do ar, já que as matérias não podiam ser exibidas. Programas ao vivo não foram prejudicados.

A emissora não se pronunciou sobre o assunto até o momento.

Com informações: Livecoins, UOL 1, 2.

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Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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