Huawei estaria tentando dificultar compra da ARM pela Nvidia

Huawei e outras companhias chinesas estariam preocupadas com risco de ficarem sem acesso a tecnologias da ARM

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Estande da ARM (foto: Facebook/ARM)
Estande da ARM (imagem: Facebook/ARM)

Em setembro, a Nvidia anunciou a compra da ARM por US$ 40 bilhões. Mas a transação ainda precisa passar pela aprovação de entidades reguladoras dos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e China. Neste último mercado, a resistência à aquisição pode ser grande: companhias como Huawei Technologies expressaram preocupação com o negócio.

A informação vem da Bloomberg. De acordo com fontes ligadas à indústria chinesa ouvidas pelo veículo, algumas companhias têm pressionado as autoridades de mercado da China para rejeitar a compra ou impor condições que garantam às empresas locais acesso às tecnologias da ARM.

Este detalhe deixa claro o que preocupa as empresas chinesas: o receio de que, ao ser assumida por uma companhia americana, a ARM (de origem britânica) passe a limitar acordos de licenciamento com a China em função da tensão comercial existente entre o país e os Estados Unidos.

Certamente, a Huawei é a companhia mais preocupada, por motivos óbvios: a empresa enfrenta sanções tão severas impostas pela administração Trump que já não pode lançar smartphones com o ecossistema do Google ou contar com processadores de companhias como Qualcomm.

Se, eventualmente, empresa de semicondutores chinesas não conseguirem licenciar tecnologia da ARM, a Huawei terá ainda mais dificuldade para lançar celulares e outros dispositivos.

Estima-se que, no setor de semicondutores, a China movimente cerca de US$ 300 bilhões por ano. É por isso que alguns analistas de mercado acreditam que as chances de as autoridades chinesas fazerem exigências rigorosas para aprovar a compra da ARM pela Nvidia são grandes.

Não seria a primeira vez. Em 2018, a Qualcomm desistiu de comprar a NXP Semiconductors justamente pela dificuldade de aprovação do negócio pelas autoridades reguladoras da China.

Apesar disso, a Nvidia segue confiante de que a aquisição será aprovada em todos os mercados.

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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