IA no jornalismo: Microsoft fará parceria com site de notícias
Big tech e Semafor divulgaram parceria nesta segunda-feira. Jornalista humano seguirá escrevendo, mas terá ajuda de IA para apurar
Big tech e Semafor divulgaram parceria nesta segunda-feira. Jornalista humano seguirá escrevendo, mas terá ajuda de IA para apurar
A Microsoft e o veículo jornalístico Semafor firmaram uma parceria para utilizar IA na produção de notícias. O Semafor usará a inteligência artificial fornecida pela big tech para auxiliar na criação de reportagens mais importantes. Os textos, que ficarão em uma editoria separada, serão escritos por humanos, que contarão com a IA para pesquisar as pautas.
A parceria entre as duas empresas é anunciada em um momento polêmico. No fim de dezembro, o New York Times abriu um processo contra a Microsoft por usar seus conteúdos sem autorização para treinar sua IA. A situação é ainda mais complexa, já que uma das funções da inteligência artificial é “contextualizar” a notícia com outras fontes, pegando justamente notícias de outros veículos — incluindo o New York Times.
A editoria Signals já está disponível no site do Semafor. A proposta é interessante. Você lê uma notícia feita por um jornalista do veículo, mas o texto é complementado com um resumo de reportagens de outros sites. Segundo o Semafor, a IA busca as fontes, mas o jornalista que escreve o Signals — nome das partes de contexto.
Por exemplo, a notícia sobre a OMS prevendo um aumento de 77% dos casos de câncer em 2050. O texto em si tem apenas dois parágrafos, mas os Signals trazem mais três blocos de conteúdo, cada um com dois parágrafos, entregando mais informações sobre o relatório da OMS. Esse é o formato de textos do site, poucos parágrafos sobre o fato e o resto é análise.
Os Signals aprofundam a análise e pontos do texto que foram citados anteriormente. Na notícia, é citado que o aumento da obesidade é um dos motivos para os aumentos de diagnósticos de câncer. Porém, no primeiro Signals, usando o ScienceDaily e CBS News como fonte, é explicado que alimentos ultraprocessados são um dos fatores que elevam o risco da doença.
Para criar os três Signals, seis fontes foram usadas, sendo que uma delas era o próprio site da OMS. As outras eram, além dos citados no parágrafo anterior, The Guardian, Nature e Health Policy Watch — este um veículo independente, sem fins lucrativos, voltado à área da saúde. Relembrando: a Semafor explica que é o jornalista que escreve o Signals a partir das notícias buscadas pela IA.
O valor do acordo não foi revelado por nenhuma das partes — e nem há um rumor sobre isso. O certo é que o valor é bem alto. Afinal, textos com os Signals serão identificados pelo ícone da ferramenta na página inicial do Semafor.
Com informações: FinancialTimes e Reuters