Kaspersky abre reclamação contra práticas anticompetitivas da Microsoft
A Kaspersky protocolou nesta terça-feira (6) uma reclamação antitruste na União Europeia contra a Microsoft. A empresa de segurança russa acusa a dona do Windows de aproveitar sua posição dominante no mercado de sistemas operacionais para promover seu próprio software de segurança, o Windows Defender, às custas de soluções de terceiros.
O fundador Eugene Kaspersky afirma no blog da empresa que a Microsoft utiliza “métodos questionáveis” para promover o Windows Defender, um software “inferior”, na visão do executivo. Além disso, a empresa de segurança diz que a Microsoft está desativando a solução da Kaspersky em computadores de usuários que atualizam para o Windows 10.
Segundo a Kaspersky, durante a atualização para o Windows 10, o usuário é informado que seus dados serão mantidos e que não há softwares incompatíveis. No entanto, no meio do processo, o sistema operacional informa que o Kaspersky Anti-Virus não é compatível com o Windows 10, exclui os drivers necessários para o funcionamento do antivírus e ativa automaticamente o Windows Defender.
Os russos reclamam que a Microsoft não deu tempo suficiente para que a Kaspersky testasse a compatibilidade dos antivírus com o Windows 10. “Idealmente, os desenvolvedores independentes precisam de dois meses após receber a versão RTM para fazer todos os ajustes finais antes do lançamento da atualização do Windows para o público. Antigamente, a Microsoft nos fornecia o RTM em tempo útil, mas agora esse tempo foi reduzido a algumas semanas antes do lançamento ao público”, diz Eugene.
Além disso, o suporte técnico da Microsoft constantemente sugere a remoção de softwares de segurança de terceiros para resolver um problema, e a Kaspersky diz ter relatos de usuários que foram informados de que o Windows 10 seria “incompatível com antivírus de terceiros”.
Já a Microsoft diz ao The Verge que seu objetivo principal é “manter os consumidores protegidos”, e que as funções de segurança do Windows 10 cumprem com as leis de competição. A Microsoft também informa que “entrou em contato diretamente com a Kaspersky há alguns meses se oferecendo para uma reunião direta com um executivo para entender melhor as questões, mas o encontro ainda não aconteceu”.