Leilão do 5G: Highline quer comprar frequências para criar rede neutra

Highline atua no Brasil e oferece infraestrutura de telecomunicações para operadoras; rede neutra 5G poderá ser alugada por pequenos provedores

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Torre de telefonia celular. Foto: Lucas Braga/Tecnoblog

O próximo leilão de frequências da Anatel ocorrerá em 4 de novembro de 2021, e uma nova empresa deve atuar com 5G no Brasil. Não se trata de uma operadora estrangeira e sim da Highline, que quer montar uma rede neutra móvel para atender pequenos provedores. A empresa atua mercado de infraestrutura de telecomunicações e é dona de cerca de 5 mil torres de telefonia móvel.

Com o leilão do 5G, a Highline quer criar a primeira operadora neutra móvel a nível nacional. Isso significa que a empresa não deve oferecer serviços de telecomunicações a consumidores finais, como Claro, TIM e Vivo. O negócio consiste em criar a rede e alugá-la para provedores, que podem oferecer telefonia móvel e banda larga por 5G sem investir em espectro, torres e infraestrutura.

Paulo Cézar Martins, diretor de relações institucionais e novos mercados da Highline, afirmou ao Telesíntese que a companhia deve atender todos os perfis de operadoras, sejam grandes ou pequenos. A empresa ainda não definiu se comprará um bloco nacional na frequência de 3,5 GHz ou se pretende arrematar licenças regionais em conjunto com outras operadoras.

A companhia não divulgou explicitamente quais espectros pretende comprar. Um dos entraves que a Highline encontrou para a compra do bloco nacional são as obrigações de cobertura impostas pelo edital – a Anatel não aceitou que os compromissos começassem a ser cumpridos no interior do país.

Martins comemora o fato do leilão não ser arrecadatório e que Claro, TIM e Vivo não podem comprar a frequência de 700 MHz. No entanto, ele alerta para as obrigações pesadas associadas com esse bloco, que exigirá cobertura de celular nas estradas federais.

O executivo também pondera sobre as faixas de 26 GHz (mmWave), que podem ser utilizadas para prestação de banda larga por 5G. A Highline considera o modelo de prestação de FWA (internet via redes móveis) como estratégico, mas aponta que o custo dos modems ainda é alto e que há promessas para baixar os custos desse tipo de equipamento.

Highline já tentou comprar a Oi Móvel

Volte para julho de 2020, e essa foi a época em que muita gente ouviu falar sobre a Highline pela primeira vez. A empresa apresentou uma oferta vinculante para comprar a Oi Móvel, o que deu o direito de cobrir ofertas de potenciais concorrentes.

O objetivo da Highline era comprar a Oi Móvel, transformá-la numa rede neutra e depois vender as licenças de espectro e a base de clientes para outros grupos.

No final das contas a compra não andou, e o trio de operadoras Claro, TIM e Vivo foi o único a participar do leilão da Oi Móvel. A tele foi vendida por R$ 16,5 bilhões e ainda aguarda aval do Cade e Anatel para que o negócio seja concretizado.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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