Depois de fechar Fnac, Livraria Cultura pede recuperação judicial
Enfrentando grave crise financeira, Livraria Cultura fechou lojas da Fnac e, recentemente, abriu pedido de recuperação judicial
Enfrentando grave crise financeira, Livraria Cultura fechou lojas da Fnac e, recentemente, abriu pedido de recuperação judicial
Poucos dias depois de fechar o site da Fnac e encerrar as atividades da última loja física da rede no Brasil, a Livraria Cultura abriu um pedido de recuperação judicial. A companhia atribui a má fase ao cenário econômico do país e à crise no mercado editorial que, de acordo com as suas próprias estimativas, fez o segmento encolher 40% desde 2014.
A recuperação judicial é, basicamente, um processo que tenta evitar o fechamento definitivo de uma empresa. Se o poder judiciário concordar com o pedido, a companhia deverá executar um plano de recuperação que, se não der certo, poderá resultar em falência.
É uma situação extrema e que, portanto, escancara a fase delicada que a Livraria Cultura enfrenta. A companhia não tem honrado compromissos com fornecedores e enfrenta até pedido de despejo por não pagar locação de imóveis — um deles tem valor de R$ 1,5 milhão, informa o Valor Econômico.
Em comunicado enviado a fornecedores, a Livraria Cultura menciona a intenção de normalizar o pagamento de dívidas dentro de “um curto espaço de tempo”. A companhia também explica que vem adotando uma série de medidas para reestruturar as suas operações.
Algumas a gente já conhece: o encerramento das lojas físicas da Fnac, incluindo a icônica unidade que ficava na região da Avenida Paulista, em São Paulo, além do recente fechamento do site da rede.
Vale lembrar que a Livraria Cultura controlava as operações da Fnac desde 2017, depois de a matriz desta na França ter pago R$ 130 milhões para a família Herz (dona da Livraria Cultura) assumir as unidades brasileiras. Desde o fechamento, ex-funcionários e fornecedores têm reclamado de não pagamento de direitos e compromissos.
Atualmente, a Livraria Cultura mantém cerca de 15 unidades físicas no Brasil, além da sua loja online e da plataforma Estante Virtual, adquirida no fim de 2017.
Para escapar de um destino trágico, a Livraria Cultura pretende atuar com mais agressividade nos canais online e, ao mesmo tempo, manter poucas lojas físicas — a intenção é torná-las mais atraentes com serviços complementares.
O temor é o de que essas medidas não sejam suficientes. O mercado editorial no Brasil tem, de fato, enfrentado uma crise de grandes proporções, portanto, esse não é um problema exclusivo da Livraria Cultura. Não por acaso, a Saraiva é outra rede que vem tendo sérios problemas financeiros.
Com informações: Folha de S.Paulo.