Mappin volta como loja online e tenta conquistar fama do passado
Retorno vem pelas mãos da Marabraz, que também tem o desafio de fazer Mappin ser reconhecido fora de São Paulo
Retorno vem pelas mãos da Marabraz, que também tem o desafio de fazer Mappin ser reconhecido fora de São Paulo
Cumprindo a promessa feita há alguns dias, o Blue Group, conhecido por controlar a rede Marabraz, colocou a loja online do Mappin no ar. A estreia simboliza a volta de uma das marcas mais icônicas do comércio brasileiro, mas também apresenta um desafio: será que a nostalgia é suficiente para fazer deste um retorno triunfal?
O Mappin teve uma ligação muito forte com a cidade de São Paulo. A loja surgiu em 1913 e, a partir daí, acompanhou o crescimento da capital paulista.
Talvez os anos 1980 e 1990 tenham sido os melhores para a empresa. Nessas décadas, o Mappin se estabeleceu com uma das lojas de departamentos mais conhecidas entre os paulistanos. A principal unidade, localizada na Praça Ramos de Azevedo, bem ao lado do Theatro Municipal de São Paulo, era quase um cartão-postal.
Só que, por conta de uma série de dívidas e manobras financeiras duvidosas, o Mappin acabou falindo em 1999. Mas o prestígio ficou, tanto que a Marabraz disputou os direitos sobre a marca Mappin em 2009, por meio de um leilão judicial — o valor pago foi de R$ 5 milhões.
A dúvida é saber se, agora, 20 anos depois, a marca ainda tem força. Ao menos a Marabraz se esforçou para fazer a loja online lembrar o Mappin de outrora: o logotipo é o mesmo, a combinação de verde e branco foi mantida, e os produtos vendidos remetem às principais categorias que eram encontradas nas lojas físicas.
De acordo com o Blue Group, a estreia está sendo feita com cerca de 15 mil produtos diferentes. Dá para notar um predomínio de itens para casa. Há até uma linha exclusiva de móveis que leva o selo Mappin. Em contrapartida, as categorias Eletrônicos e Informática só mostram produtos da Multilaser, basicamente.
Mas deficiências na variedade de produtos é um problema relativamente fácil de ser resolvido. O desafio está mesmo em fazer a loja online vingar: a marca Mappin ainda é conhecida em São Paulo, mesmo após 20 anos de ostracismo, mas não tanto em outras cidades e estados.
Além disso, mesmo entre aqueles que conhecem a marca, a loja online tende a não despertar um grande sentimento de nostalgia. Provavelmente, o retorno seria mais impactante nesse sentido se o Mappin voltasse também com lojas físicas.
Talvez o Blue Group já esteja ciente disso: embora sem comentar datas ou possíveis locais, a empresa já sinaliza com a intenção de abrir unidades físicas do Mappin.