Más notícias para o metaverso: vendas de headsets VR caíram em 2022

Diferentes consultorias mostram números menores de receitas e unidades entregues; investidores e executivos estão céticos em relação a metaverso

Giovanni Santa Rosa
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Headset de realidade virtual da Oculus, uma marca do Facebook
Headset de realidade virtual da Oculus, uma marca da Meta (Imagem: Maxim Hopman/Unsplash)

Muitas empresas apostam que o metaverso será uma grande tecnologia no futuro. Está faltando combinar com os consumidores, aparentemente. As vendas de headsets de realidade virtual, um produto importantíssimo para os futuros ambientes virtuais, caíram em 2022.

Segundo dados da empresa de pesquisas NPD Group obtidos pela CNBC, as vendas nos EUA tiveram uma queda de 2% em relação ao ano anterior, ficando em US$ 1,1 bilhão.

Para efeito de comparação, o Facebook ganha isso com propaganda em três dias. Ou seja, é um dinheiro bem pequeno mesmo.

Outra companhia de análise de mercado mostra dados semelhantes. Segundo a CCS Insight, o número de aparelhos de realidade virtual e realidade aumentada teve uma queda de 12% em relação ao ano anterior, ficando em 9,6 milhões em 2022.

Metaverso não é consenso

A aposta no metaverso vem principalmente da Meta — que deixou de se chamar Facebook em 2021 justamente para refletir esta nova prioridade. A construção deste ambiente virtual já consumiu alguns bilhões da empresa.

Nem todo mundo está feliz com isso, porém. Brad Gerstner, por exemplo, quer que a empresa corte investimentos no metaverso e passe a se concentrar em inteligência artificial. Gerstner é CEO da Altimeter Capital, fundo de investimento que tem centenas de milhões de ações da Meta.

Os resultados financeiros da Meta também vêm desapontando, com quedas nas receitas e lucros abaixo do esperado.

Enquanto isso, outras gigantes da tecnologia não mostram a mesma empolgação com o metaverso.

Phil Spencer, chefe de Xbox na Microsoft, chamou o ambiente virtual de “jogo de videogame mal feito” e disse que “criar um metaverso que parece uma sala de reuniões acaba sendo um local em que eu não gostaria de passar o meu tempo”.

Já Tim Cook, CEO da Apple, está receoso. Ele não tem certeza se as pessoas comuns sabem dizer o que é, afinal, o metaverso. “Eu sempre penso que é importante que as pessoas entendam o que uma coisa é.” Sem entender, fica difícil dar certo.

Concorrentes podem ajudar metaverso (e a Meta)

Atualmente, a Meta é a líder em realidade virtual, com sua marca Oculus e produtos como o Quest 2, lançado em 2020, aparelho mais vendido do mercado. Outras empresas, como Valve, HP e Sony, representam uma pequena fração do mercado.

Curiosamente, um empurrãozinho para o setor pode vir da própria Apple. Há anos, especula-se que a empresa prepara um headset de realidade virtual. Além de informações de bastidores, várias marcas já foram registradas por escritórios ligados à Maçã envolvendo um produto desse tipo.

Cook, aliás, tem uma opinião mais positiva sobre a realidade virtual: “É algo em que você pode mergulhar, e isso pode ser usado de um jeito positivo”.

Mesmo assim, ele não parece empolgado com um metaverso: “Não acho que você vai querer viver a vida desse modo. A realidade virtual é para um tempo determinado, mas não é uma maneira de se comunicar bem”.

Com informações: CNBC.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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