Motorola reduz prejuízo após reforçar lançamentos de celulares
Divisão mobile da Lenovo diminui prejuízo para US$ 139 milhões; Motorola lançou 17 celulares em um ano
Divisão mobile da Lenovo diminui prejuízo para US$ 139 milhões; Motorola lançou 17 celulares em um ano
A Motorola não tem lucro há muitos anos, mas finalmente está chegando perto: a divisão mobile da Lenovo, que inclui a tradicional fabricante, registrou prejuízo líquido de US$ 139 milhões no último ano. É um resultado muito melhor que nos períodos anteriores, e um sinal de que sua estratégia — lançar vários celulares em pouco tempo — está dando certo.
Um dos mitos sobre fabricantes de celulares é que, se lançarem poucos modelos e atualizarem o Android mais rápido, elas terão sucesso no mercado. É algo que talvez faça sentido para nós, nerds, mas que não funciona no mundo real.
A Samsung lança uma infinidade de celulares todo ano e sempre consegue ter lucro. (Ele vem caindo devido à concorrência, mas não virou prejuízo.) A Xiaomi conseguiu se tornar lucrativa no último ano e lançou dezenas de modelos novos. A própria Apple, antes com um portfólio enxuto, hoje oferece diversos modelos de iPhone; ela até ressuscitou o iPhone X para compensar a queda nas vendas.
Nos tempos antigos da Motorola, quando ela estava nas mãos do Google, a estratégia era focar em três modelos: Moto X (premium acessível), Moto G (intermediário) e Moto E (basicão). Nessa época, ela nunca deu lucro; foi uma das razões que motivaram sua venda para a Lenovo.
Por sua vez, a Lenovo não conseguiu aproveitar bem a aquisição da Motorola. A fabricante estava em terceiro lugar no ranking mundial quando estava com o Google; após mudar de mãos, ela caiu para a oitava posição.
A situação está melhorando aos poucos. A Lenovo divulgou seu resultado financeiro para o ano fiscal de 2018 (entre abril de 2018 e março de 2019). A participação de mercado da Motorola chegou a 17,6% na América Latina, aumento de dois pontos percentuais se comparado ao ano anterior.
A Lenovo é pequena em outros mercados, mas vem crescendo bastante: o número de vendas aumentou 47,5% em um ano na América do Norte (EUA e Canadá). Enquanto isso, ela viu um salto de 177,5% na China durante o mesmo período. (A empresa tem market share inferior a 1% no país.)
Vale lembrar que, desde o ano passado, o brasileiro Sergio Buniac se tornou o presidente global da Motorola. Ele levou a empresa ao segundo lugar em market share na América Latina; a Lenovo aposta que o executivo pode impulsionar a marca em mais mercados.
O objetivo da Lenovo para o próximo ano fiscal (abril de 2019 a março de 2020) é chegar ao equilíbrio no setor mobile — ou seja, não ter mais prejuízo com a Motorola. Será que ela consegue?
Prejuízo da divisão móvel da Lenovo, que inclui a Motorola, por ano fiscal:
Abaixo, reunimos os 17 celulares lançados pela Motorola no ano fiscal 2018 da Lenovo (abril de 2018 a março de 2019). Enquanto isso, no ano fiscal de 2017, tivemos 11 modelos diferentes.