Netflix testa sensor de atividade física para melhorar streaming no celular

É o que a empresa diz: analista estranhou permissão de acesso aos sensores de atividade física no app

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Netflix

As versões recentes do Android dão mais visibilidade aos usuários sobre as permissões que os aplicativos solicitam para acessar determinados recursos. Esse controle revelou uma situação inesperada: um analista de segurança ficou espantado quando o app da Netflix pediu acesso aos sensores de atividade física do seu smartphone.

Aparentemente, o aplicativo tem como base um novo tipo de permissão para reconhecimento de atividade física introduzido com o Android Q. Essa permissão visa dar uma visão mais clara sobre quais aplicativos acessam sensores usados para determinar se o usuário está caminhando ou andando de bicicleta, por exemplo.

É de se esperar que apps para monitoramento de atividades físicas solicitem essa permissão, mas esse não é o caso do app da Netflix, obviamente. Foi isso que levou o analista a questionar a companhia no Twitter.

A Netflix não respondeu, mas Ivan Mehta, do The Next Web, percebeu que o aplicativo tinha esse tipo de permissão ativado em seu Pixel 3 XL, então ele contatou a companhia.

Dessa vez houve resposta. O representante da Netflix explicou que a permissão faz parte de um teste que visa melhorar a qualidade de reprodução do vídeo quando um usuário está em movimento.

A empresa também afirma que apenas algumas contas foram incluídas nos testes e que, por ora, não há planos de lançar funcionalidades baseadas em detecção de movimentos.

Mesmo assim, esse teste causa estranheza, afinal, não é uma boa ideia assistir a vídeos na Netflix enquanto você anda pela rua ou corre no parque.

É possível, no entanto, que a Netflix esteja interessada em detectar atividades do usuário para melhorar o streaming enquanto ele está em um carro ou no transporte público, por exemplo. Faz sentido se levarmos em conta que, em veículos que se movem rapidamente, a conexão à internet pode se tornar bastante instável.

Pelo jeito, tudo não passa de um teste pontual, sem grandes pretensões. De todo modo, convém ficarmos de olho.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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