Nvidia exige que fabricantes sejam mais claros sobre GPU em notebooks

Após polêmica, Nvidia agora exige que fabricantes informem detalhes da configuração de GPUs RTX 3000 em notebooks

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Notebook com chip gráfico GeForce RTX 3000 (imagem: divulgação/Nvidia)
Notebook com chip gráfico GeForce RTX 3000 (imagem: divulgação/Nvidia)

Em janeiro, a Nvidia causou polêmica ao revelar que os indicadores Max-Q e Max-P não seriam exigidos nos notebooks com GPUs da série GeForce RTX 3000. O problema disso é que esses nomes davam uma noção do desempenho gráfico dessas máquinas. Pressionada, a Nvidia decidiu exigir que os fabricantes sejam transparentes sobre as especificações gráficas de seus laptops.

Originalmente, o selo Max-Q foi criado para sinalizar uma técnica apresentada pela Nvidia em 2017 que permite ao fabricante otimizar o TGP (Target Graphic Power — parâmetro que mede o consumo de energia) para evitar que a autonomia da bateria do notebook seja severamente reduzida.

De modo complementar, o Max-P surgiu para indicar que a GPU opera em sua configuração padrão, ou seja, trabalha com todos os recursos disponíveis. Na prática, jogadores usavam essas denominações para descobrir rapidamente se um notebook de seu interesse podia aproveitar todo o potencial de um chip gráfico da Nvidia.

Mas, com a chegada da série RTX 3000 aos notebooks, a Nvidia decidiu mudar esses indicativos. De acordo com a companhia, o selo Max-Q, agora, é usado para indicar que o laptop conta com um conjunto de tecnologias que otimiza o desempenho gráfico ou melhora a experiência do usuário, como Whisper Mode 2, Dynamic Boost 2 e Advanced Optimus.

O problema é que os fabricantes têm liberdade para ajustar parâmetros das GPUs de modo a garantir o bom desempenho ou a autonomia do notebook diante de determinadas circunstâncias.

Por exemplo, a GeForce RTX 3080 pode ter seu TGP ajustado para níveis entre 80 W e 150 W. Um ajuste de 80 W vai permitir que a GPU trabalhe sem drenar rapidamente a bateria. Em contrapartida, o desempenho gráfico pode cair consideravelmente, a ponto de ficar mais baixo que o de uma RTX 3070 com TGP maior.

Nvidia na BGS 2018 (imagem: Facebook/Nvidia)

Nvidia na BGS 2018 (imagem: Facebook/Nvidia)

Nessas circunstâncias, o equipamento seria identificado como Max-Q. Mas, como já ficou claro, o selo não cumpre mais essa função. Então, como saber se o equipamento aproveita todo o potencial gráfico da GPU?

Com a repercussão sobre a questão, a Nvidia explicou que o usuário pode obter informações sobre a GPU de seu equipamento no painel de controle. A empresa também declarou que iria “incentivar” os fabricantes a fornecerem detalhes sobre as especificações das GPUs instaladas em seus notebooks.

As queixas continuaram, afinal, incentivar é diferente de exigir. Felizmente, a Nvidia decidiu ser mais rígida sobre esse aspecto: ao The Verge, a companhia confirmou que agora exige que todos os fabricantes passem informações detalhadas sobre as especificações gráficas de notebooks equipados com GPUs da série RTX 3000 nas páginas do produto.

Asus e Gigabyte estão entre as marcas que já seguem essa instrução. A página do Asus Rog Zephyrus G15 (equipado com GPU RTX 3060 ou 3070), por exemplo, já mostra as frequências e o TGP do chip gráfico. A expectativa é a de que mais fabricantes façam o mesmo nos próximos dias.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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