Para derrubar IPTV pirata, operadoras querem lançar ataques DDoS coordenados
Objetivo é danificar a qualidade dos serviços ilegais, arruinando a experiência dos assinantes; grupo diz já ter denunciado mais de 100 serviços nos últimos anos
Objetivo é danificar a qualidade dos serviços ilegais, arruinando a experiência dos assinantes; grupo diz já ter denunciado mais de 100 serviços nos últimos anos
A Associação Húngara de Comunicações está considerando usar ataques DDoS para tentar derrubar serviços de IPTV piratas no país europeu. De acordo com o órgão, empresas ilegais estariam se aproveitando do acesso à internet para vender conteúdos irregularmente, prejudicando os verdadeiros beneficiários, que têm deixado de arrecadar milhões anualmente.
O grupo húngaro diz já ter denunciado mais de 100 serviços nos últimos anos. Mesmo assim, parece que nenhuma das reclamações tem surtido efeito, já que a maioria deles continua funcionando.
Por isso, a associação iniciou um debate entre legisladores, detentores de direitos autorais, provedores de internet e emissoras da Hungria para discutir a viabilidade de um ataque DDoS contra as IPTVs piratas.
O que é um ataque DDoS?
“Distributed Denial of Service” ou “ataque distribuído de negação de serviço” é uma tentativa de deixar um servidor, serviço ou infraestrutura indisponível. Ele se aproveita da limitação de um servidor e o bombardeia com o objetivo de sobrecarregá-lo e deixá-lo fora do ar.
Se tudo ocorrer dentro dos conformes, a associação acredita que o ataque pode danificar a qualidade do serviço de um distribuidor ilegal, arruinando a experiência dos assinantes.
Além disso, de acordo com o grupo húngaro, o objetivo é também aumentar ao máximo a pressão para que qualquer forma de “fuga”, como uma mudança nos endereços de IP, seja facilmente impedida.
Repetindo esta ação várias vezes, mais cedo ou mais tarde, em um curto período de tempo, os consumidores do serviço ilegal interromperão sua assinatura devido à frequente má qualidade e assim, o perpetrador não receberia nenhuma renda.
O plano também parece não se importar caso serviços inocentes de terceiros caiam. Segundo a associação, isso enviaria uma mensagem às empresas de hospedagem para escolher melhores clientes no futuro.
Não parece muito provável que o pedido do órgão seja acatado, haja vista que, juridicamente ataques DDoS são considerados ilegais.
Caso isso aconteça, contudo, poderá abrir um precedente que poderia eventualmente ser aplicado em outras partes do mundo, incluindo no Brasil.
Em junho passado, uma operação chamada de 404 conseguiu derrubar uma enxurrada de conteúdos ilegais na internet.
Até agora, quatro edições dessa operação aconteceram. Todas são fruto de um trabalho conjunto entre o governo brasileiro, grupos da indústria de entretenimento e parceiros.
Elas têm foco na repressão de crimes contra a propriedade intelectual na internet. Somente no últimos anos, 1.022 sites e 720 apps piratas caíram.
Em julho, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) realizaram uma operação a nível estadual que levou o mesmo nome.
Uma pessoa foi presa e outros 13 mandados de busca e apreensão contra serviços piratas de IPTV foram cumpridos. Além disso, a polícia conseguiu apreender diversos aparelhos e documentos.
Com informações: TorrentFreak