Reclamações por golpe do delivery aumentam 186% em 2021, diz Procon-SP

O Procon-SP registrou aumento de reclamações para os apps iFood, Rappi e UberEats; consumidores são cobrados indevidamente

Ana Marques
• Atualizado há 1 ano

O Procon-SP registrou um aumento de 186% em reclamações relacionadas ao golpe do delivery – isto é, no golpe aplicado por entregadores de apps como iFood, UberEats e Rappi. A alta é observada nos meses de janeiro a maio de 2021, contra o mesmo período do ano anterior.

Entregador do iFood (Imagem: divulgação/iFood)
Entregador do iFood (Imagem: divulgação/iFood)

Segundo a entidade de defesa do consumidor, o aplicativo do iFood recebeu 44 reclamações em 2020 e 80 em 2021 (+81%); o Rappi teve 29 casos no ano passado e 105 neste ano (+262%); e o UberEats saltou de 14 para 64 (+357%).

Os consumidores enganados afirmam que são cobrados indevidamente pelo entregador, muitas vezes sendo induzidos ao erro por máquinas de cartão com o visor quebrado. Em outros casos, o entregador afirma que há uma taxa extra de serviço a ser paga, e há até situações em que o próprio restaurante liga informando sobre uma suposta taxa de entrega, pedindo dados do cartão.

De acordo com o Procon-SP, as reclamações acontecem após a vítima tentar reaver o valor com a empresa responsável pelo aplicativo, não obtendo sucesso.

“Com a pandemia esses golpes aumentaram muito. Quem for vítima e for cobrado em valor incorreto, deve acionar o Procon-SP. Nós iremos apurar a responsabilidade da empresa e acionar a polícia. As empresas de delivery devem responder pelos problemas e ressarcir o consumidor”, afirma Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

Golpe do delivery já roubou quase R$ 500 mil

A fundação afirma ainda que a soma dos valores reclamados por clientes de apps de delivery até junho de 2021 já chega a quase R$ 500 mil – sendo mais de R$ 200 mil no iFood, mais de R$ 200 mil no Rappi e quase R$ 80 mil no UberEats.

No início deste mês, o UberEats foi notificado pelo Procon-SP para responder sobre soluções oferecidas a consumidores vítimas do crime. O iFood foi multado em R$ 2,5 milhões em 2020 pelo mesmo motivo.

Para evitar esse tipo de golpe, o Procon-SP recomenda que o consumidor não realize pagamentos em máquinas com visor quebrado (ou que não permita a leitura dos dados), confira o valor da compra e, de preferência, realize o pagamento pelo aplicativo. Além disso, o cliente não deve passar seus dados por telefone ao restaurante ou entregador, e deve desconfiar ao ser cobrado de uma taxa extra.

Leia | Como usar o iFood de forma segura e evitar golpes

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.